Riachão, lugar onde vivo, é um pequeno município do interior paraibano, localizado a 164.40 Km de João Pessoa (capital da Paraíba), e possui cerca de 3.564 mil habitantes, segundo dados do IBGE. Possui mais de 310 anos de história, com 17 anos de emancipação e mesmo com tão pouco tempo as drogas já começam a ter participação significativa na vida dos jovens riachãoenses. A maldita chega e logo faz amigos e não distingue idade, cor, muito menos classe social.
O jovem é a previsão da sociedade em que ele vive; tudo acaba se não houver a renovação das descendências étnicas e sociais, e acreditem essa previsão está embaçada e comprometida. É típico do jovem querer experimentar tudo o que é novo, diferente; sendo comum que ele tente provar algum tipo de droga, nem que seja por uma única vez, somente por curiosidade.
A administração e os órgãos públicos não se movem pelo combate as drogas lícitas ou ilícitas, as únicas barreiras ou empecilhos existentes no município são o lar, a educação, a sociedade e a religião. A família é a principal vertente de todas as soluções e problemas, pois é nela que o jovem constrói sua base ideológica, então o que pode-se esperar de pais que não tiveram oportunidade de estudar? Como será que eles vão educar e incentivar seus filhos? O que empurra-o para este caminho? Sem duvida é a carência ou excesso de afeto, ou talvez não saber lidar com os limites impostos pela sociedade pelo fato de não ter aprendido isso em casa, tão pouco na escola.
O conselho tutelar de Riachão tem menos de um ano, e o que podemos dizer no que diz respeito ao seu estado de experiência, é que não se fez muita coisa. Os estudantes consideram, em primeiro lugar, o uso de drogas como um problema, um perigo ou até mesmo uma ameaça. Em segundo lugar, um tipo de doença comum para eles, e por último, consideram como algo extremamente normal. Apesar de conhecerem o problema, acabam seguindo esse caminho, por falta de informação. Mas o que fazer, diante de uma sociedade inflamada pelas drogas, preconceito e ignorância? Toda ação gera uma reação, e tocados por esta, o jovem tende a reagir da pior maneira possível, agindo como fora tocado.
Quando experimenta a primeira vez o crack ou álcool, tem o seu dia repleto de novas experiências, sentimentos e alegria, que o fazem acreditar estar no caminho certo, porem quando na sociedade é excluído, busca outro meio de convívio, e seja ele qual for. E quando encontra torna-se o proletariado da sociedade denominada trafico, passando a trabalhar e consumir seus produtos deixando alienar-se pelo seu consumismo físico e psicológico.
As leis que proíbem a venda de bebida alcoólica ou nicotina, para menores de 18 anos, estão só no papel, aqui no interior os menores consomem álcool exacerbadamente como se fossem donos de se mesmo, e são pois aqui não á leis, tão pouco punição para quem vende. No mais, o jovem é um boneco de barro da estrela, isso mesmo, que é produzido em serie pela sociedade e modelado por ela, e passa a ocupar seu espaço urbano classe media alta, campo ou em favelas. Assim já nasce condenado.
O importante para uma cidade em desenvolvimento como Riachão, não é um complexo adulto perfeito, mas uma media sociedade jovem pensante, informada, critica e presente, pois Cuspir na cara do jovem que ele é o futuro de sua cidade não adiantara de nada, o jovem já sabe o quanto é e será importante. O que deve ser feito é mostra que as escolhas, pensamentos e principalmente atitudes são significativos para a sua cidade.
Mas em fim, as escolhas do jovem vêm de seu lar, mesmo o jovem sendo único e agindo como deve agir, nunca será como foi educado e criado, ele é uma formula e sempre será metamórfico, mesmo que os fatos e atos o conduzam ao erro ou não. O que se faz agora com os jovens é o que eles farão depois com a sociedade.
Felipe Bernardo
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