Conheço
a grei e sei que essa instituição, através de muitos dos seus
integrantes, está a serviço da ideologia petista há pelo menos 30 anos.
O sujeito envaidece-se por nunca ter lido um livro; arrogante, lembrou várias vezes que não é preciso ter diploma universitário para ser Presidente da República; sob seu governo, os professores universitários tiveram ridículos reajustes salariais (conseguidos sempre graças a longas greves) e, hoje, são uma classe de profissionais qualificados de baixa remuneração. |
E o Magnífico Reitor da UFPB, em troca
de algumas verbas – que, diga-se de passagem, são obrigação do governo
federal para manutenção, ampliação e aperfeiçoamento das universidades
federais – considera que um sujeito que atropela a Língua Portuguesa,
que dá péssimo exemplo como incentivo à leitura, cujo governo
institucionalizou a corrupção, levando-o a defender, em inúmeras
ocasiões, todos aqueles que foram/ são acusados ou suspeitos de
corrupção, sugerindo às novas gerações que ser corrupto é bom e torna a pessoa ilustre e bem relacionada com o governo, merece o título de Doutor “Honoris Causa”.
O
Magnífico Reitor, em troca de algumas verbas, perdeu o senso crítico;
esqueceu que foi escolhido para gerir e representar a comunidade
acadêmica, que sempre o honrou e o respeitou, e que merece ser honrada e
respeitada pelo seu Reitor.
Sem
senso crítico, o Reitor e mais todos os outros conselheiros que foram e
são favoráveis a tal homenagem dão prova cabal de servilismo ao
partido que está no poder, de bajulação e de pouco zelo pela titulação
acadêmica. Dizem às novas gerações que os diplomas universitários não
têm valor e nem importância; o que importa é conseguir ser militante de
partido que governa, ser falastrão, engendrar metáforas grosseiras, jamais ler sequer um livro
e encontrar uma comunidade acadêmica disposta à bajulação e ao
servilismo, para, desse modo, permanecer na mediocridade intelectual,
mas ostentando um diploma de alto grau.
É
essa UFPB, que vai conceder a Lula seu mais alto título, que acaba de
ter boa parte do acervo de sua Biblioteca Central danificada por
vazamentos e goteiras. É essa UFPB que zela por seu patrimônio
intelectual, conservado na Biblioteca Central, que vai consagrar a
rudeza intelectual cultivada e assumida no alto dos muitos palanques.
Afinal, para que a UFPB precisa cuidar dos livros da Biblioteca
Central, se ler livros não tem a menor importância?
Ainda
não vi meus colegas se pronunciarem sobre esse lamentável incidente de
equívoco acadêmico. Só espero que não apareça algum professor doutor
falando contra as elites intelectuais e em democratização da
universidade, para justificar a bajulação e o servilismo.
Antes
que alguém tenha o trabalho de dizer: sou elite intelectual, sim. Sou
Doutora em Letras porque estudei muitos anos para isso. Li e leio
muitos livros e já publiquei alguns. Sou
acadêmica e sou contra a deterioração dos valores acadêmicos. Tenho
zelo pelo diploma de doutorado que fiz por merecer, estudando, lendo,
pesquisando e buscando formar outros intelectuais. Se ter
cultura, formação universitária, inúmeras publicações (livros, artigos,
trabalhos em congressos nacionais e internacionais, CDs de dados), ter
lecionado na França e em mais de uma universidade brasileira, ter
senso crítico, respeitar os valores universitários, é ser elite, então
sou elite e não gosto de ver a mediocridade intelectual pontificar com
diploma de doutor.
Não
é por Coimbra ter colocado no seio de seu egrégio colégio de doutores
um sujeito que tem orgulho de nunca ter lido um livro, que vou aceitar
que a UFPB vulgarize os títulos acadêmicos.
Democracia
na Universidade consiste em oportunidades iguais para todos que
desejem crescer na Ciência, na Tecnologia, nas Humanidades. Democracia
na Universidade não implica baratear o diploma acadêmico de alto
reconhecimento de mérito intelectual ou científico ou cultural, em troca
de algumas verbas, que não passam de obrigação do governo federal.
Democracia na Universidade não é bajulação, cooptação e nem
subserviência ao partido que está no poder. Ser democrata na
Universidade é ter senso crítico, ter opinião e defender a liberdade de
opinião; é ter qualificação para o exercício profissional e intelectual
na Universidade; é sentir-se honrado em ser portador dos diplomas
conquistados com estudo e pesquisa.
Uma pergunta que não quer calar: onde está o sindicato dos professores – a ADUFPB?
Sônia Maria van Dijck Lima – doutora em Letras (USP, 1989) - aposentada – DLCV/CCHLA/UFPB – meu CV está na Plataforma Lattes.
PS: Estejam livres para repassar o mais amplamente possível.
recebido por email
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