O caráter de um governo
Não
posso afirmar, mas a presidente Dilma, ao deitar, deve reclinar a
cabeça de certa forma apreensiva pelo que pode ler nos noticiários na
manhã seguinte. Principalmente se esta for a de sábado, dia em que a
revista Veja comtempla seus usuários e todo o Brasil com as mais extraordinárias denúncias do alto escalão do governo do PT.
As
publicações falam de corrupção, malversação do erário público,
pagamento de propinas e toda sorte de bandidagem com o dinheiro do povo
brasileiro, onde os envolvidos são altos funcionários do governo e
principalmente ministros. Isto tem sido uma constante ao longo deste
ano.
A
revista Veja é duramente criticada por esta conduta em denunciar o lado
podre e estragado do atual governo. Acham os esquerdista - os que
apoiam e os que são a favor da roubalheira aos cofres públicos, que a
publicação dessas matérias pela revista prestam um desserviço à nação.
Eu não acho!
Acho
sim, que a exemplo de Veja, deveriam existir outras publicações
isentas, ousadas e independentes, para tornar público, não somente o que
de bom faz o governo mas sim, e, principalmente, o que de errado há na
sua administração. O que, na minha singela opinião, quando isto acontece
– os casos de corrupção por integrantes do governo, isto sim é um
grande desserviço ao Brasil e ao seu povo.
Dilma
deveria deitar feliz da vida e sonhar com os anjos, se é que ela pode,
todas as vezes que o mau caratismo dos seus auxiliares fossem descoberto
por meio de denúncias de atos ilícitos. Se sua atitude com relação a
bandidagem é de repúdio ela se evidencia como uma mandatária de elevado e
firme caráter perante a sociedade que a elegeu. Por outro lado, se
apoia a conduta corrupta de um
aliado, permitindo a permanência e protelando sua demisão por motivos
secundários, demonstra com isso fraqueza ou falta de caráter produzindo
desconfiança para o seu governo.
Muitos
dizem que o poblema do Brasil é a educação. Eu digo o contrário. A
educação não é o problema mas a solução. É através dela que se forma o
caráter do cidadão que produzirá o bem para a sociedade.Ter formação não
é a mesma coisa que possuir caráter. Muitos têm formação mas não
possuem caráter. E educação que não forma caráter é apenas formação em
algo estudado.
Não
gosto e não apoio a frase que diz: “é a ocasião que faz o ladrão.”
Discordo totalmente desse adágio popular. O que faz o ladrão, o
corrupto, o bandido e outros da mesma natureza é a falta de caráter ou
um mau-caráter.
O
que a revista Veja tem publicado sobre a corrupção no governo do PT é
simplesmente mostrar o caráter dos homens que atualmente dirigem o
Brasil. Nada mais!
O caráter do homem
O
problema do caráter remonta ao tempo de Adão. A deficiência nesse
perfil humano está ligada a sua natureza pecaminosa. Por conta do pecado
as qualidades que o homem possuia em seu reto e polido caráter foram
perdidas no Éden, quando caiu. Por causa disso o homem, bem como o seu
caráter, precisa ser transformado. Mas isto só é possível quando ele
deixa.
Voltando
ao dito popular. A oportunidade que o homem tem de se corromper em face
da ocasião, não é verdade. Muitos políticos vão para Brasília com a
unica disposição de se “dar bem”, a exemplo do personagen Justo
Veríssimo, de Chico Anisio. Essa leviana disposição em “se arrumar”
baseada como desculpa na maldita “Lei de Gerson” é motivada não pelas oportunidades que terão de fraudar o erário público – por que terão muitas - mas sim por causa da imperfeição do seu caráter que os dispõem para isso.
A fraqueza de caráter de uma pessoa o impulsiona a procurar ocasião em que essa imperfeição o caraterize.
O
ladrão que rouba não o faz por ser uma pessoa de bom caráter. Um
político que se corrompe usando seu mandato para enriquecer ilicitamente
não o faz por ser uma pessoa de excelente caráter. Todos os que se
beneficiam dos cargos públicos para aumentarem seu patrimônio, de forma
contrária à lei, são bandidos e realizam esse infortúnio por que possuem
um péssimo caráter.
Por isso não é a ocasião que faz o ladrão, é o seu caráter que busca ocasião para isso.
Nosso caráter denúncia o que somos e onde estivermos.
O caráter dissimulado de Davi
Davi, o segundo rei de Israel, é um dos personagens mais cultivados no coração dos leitores da Bïblia.
É ele o homem que Deus elegeu segundo o sEu coração. É dele o nome mais falado em Israel, junto com o de Moisés e Abraão. E dele o nome que a Bíblia usa para definir o padrão reto e temente para qualificar os demais reis de Israel. “E
fez o que era reto aos olhos do SENHOR; e andou em todo o caminho de
Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a
esquerda.” É
dele a autoria de vários salmos que servem de inspiração para outros
cânticos de louvor a Deus. Foi dele a atitude corajosa e valente na
derrubada de Golias, o gigante que afrontava e acovardava Israel em seu território.
Davi foi um homem de muitas, muitas qualidades, no entanto....
Tinha sua fraqueza de caráter. Esta fraqueza procurou ocasião para qualificá-lo. E achou.
O verdadeiro caráter é evidenciado quando não estamos sendo observado.
Davi
teve uma relação adúltera com Bate-Seba. Esta, era mulher de Urias, um
dos soldados de Davi. A relação se deu quando Urias estava no campo de
batalha dignamente exercendo sua função a favor de Israel.
Dessa
aventura surgiu a gravidez de Bate-Seba a qual mandou avisar a Davi.
Sabedor que seria pai de um filho fora do casamento, o filho de Gessé,
receoso que Urias descobrisse a gravidez, tentou cobrir seu pecado
armando aquela que seria uma das maiores conspiração de um chefe de
estado contra um subordinado. A trama, diabólica por sinal, visava
deitar a culpa a Urias pela gravidez de Bate-Seba.
Para tanto, mandou Joabe enviar Urias à sua presença. Vindo, pois, Urias a
ele, perguntou Davi como ia a situação na batalha. Depois disso, Davi
insiste que Urias desça à sua casa e lá passe a noite com sua esposa
concluindo com um presente dado a este da mesa do rei.
Agindo
assim, Davi estava cometendo o crime de dissimulação, ou seja, estava
escondendo a realidade de um fato praticado por ele lançando a culpa
noutra pessoa, no caso, Urias.
Se
Urias fosse e passasse a noite com sua esposa, Davi estava isento de
culpa e dos falatórios sobre a gravidez de Bate-Seba. Era tudo que o rei
queria, que Urias deitasse com sua esposa. Mas não foi isto que
aconteceu.
Urias
não desceu a sua casa. Pelo contrário. Se deitou à porta do palácio
real juntamente com a guarda. Informado, o rei questiona a razão de tal
comportamento, pelo que Urias responde a Davi: “...A
arca, e Israel, e Judá ficaram em tendas; e Joabe, meu senhor, e os
servos de meu senhor estão acampados no campo; e hei de eu entrar na
minha casa, para comer e beber,e para me deitar com minha mulher”? Isto
foi um tiro no pé do rei Davi. Ele não esperava tanta dignidade vinda
de um soldado. Apesar de estrangeiro, Urias se mostra um servo leal,
fiel e digno, em contraste com o próprio filho de Israel, o rei Davi.
Para agravar mais ainda a consciência já pertubada e aflita de Davi, Urias completa a resposta ao rei da seguinte maneira: “...pela tua vida, e pela vida da tua alma, não farei tal coisa”.
Não tenho dúvida, este final de conversa entre Davi e Urias deixou o rei envergonhado.
Poderia
não acreditar, mas estava diante de um outro gigante. Mas um gigante
diferente. De honradez, de integridade e de moral elevada. Davi não
poderia derrubar este gigante com espada. A unica coisa a fazê-lo seria
destruí-lo. Não mais por afrontar a Israel mas por confrontar e
denunciar o caráter fraco e débil do rei escolhido a dedo por Deus.
É nesta hora que Davi evidencia um lado do seu caráter: débil e ignóbil.
Quando disse acima que reprovo o ditado que a ocasião é que faz o ladrão, provo o contrário pela atitude de Davi.
O
lado torpe do caráter de Davi busca então ocasião para se evidenciar e
caracterizá-lo. O que faz o rei? Pede para Urias ficar mais dois dias
para então ganhar tempo e planejar a morte do soldado. Antes porém, Davi
o convida e o embriaga, num último esforço para fazê-lo ir a sua
esposa. À tarde, Urias saiu a deitar-se no seu leito com os servos de
Davi, porém não desceu à sua casa.
O caráter íntegro de Urias
Na
manhã seguinte, ao acordar, Urias recebe de Davi uma carta para ser
entregue nas mãos de Joabe, o comandante em chefe das forças de Israel.
Que carta era esta? Qual era o seu teor? Porque não foi enviada pelo
mensageiro oficial do rei? Porque tinha que ser levada por Urias? Qual
era a intenção de Davi?
Todas essas perguntas possuem uma unica resposta. Condenar Urias a morte. A mensagem da carta era: “Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e retirai-vos de detrás dele, para que seja ferido e morto”.
Sempre que alguém evidencia um lado mau do seu caráter, outro, obrigatoriamente, demonstra o lado positivo do seu.
A
Bíblia não sugere mas, imaginemos que, ao voltar para o campo de
batalha, pensando na sua estada em Jerusalém junto ao rei, subia à mente
de Urias pensamentos questionativos que o levavam a desejar saber o conteúdo da carta para ser entregue a Joabe. Se assim foi, porquê Urias não abriu a carta?
O caráter bom e honesto de Urias se consolida também nos atos contraditórios de Davi.
Primeiro,
o rei tinha um mensageiro oficial. O império posuia um serviço postal
constituído apenas para atender interesses do governo. O serviço não era
estendido ao povo e quando este utilizava o fazia em pequena escala.
Portanto, Davi contrariava uma norma que regulava esta ação. A carta
nunca deveria ir por mão de um soldado mas por um mensageiro(2 Sm
11.19).
Segundo,
qual foi a intenção real de Davi ao chamar Urias sem que para isto
justificasse sua vinda. Em que baseou-se Davi sua escolha para tirar um
soldado da batalha quando na realidade deveria enviar mais reforço para o
combate? Davi inverteu a ordem das coisas.
Terceiro,
porquê tamanha insistência de Davi com Urias – duas vezes -, para que
este descesse à sua casa e lá estivesse com sua esposa? Que feito
heróico e louvável mereceu Urias da parte do rei para receber tamanha
distinção?
Quarto,
no segundo dia, quando Davi embriagou Urias no palácio real, qual foi,
para este soldado, o evento que comemorava o rei para o convidar a comer
e beber na sua mesa, quando isso não era uma rotina para um simples
soldado.
Esses
pensamentos poderiam vir muito bem à mente do soldado Urias quando
caminhava, sem saber, em direção a morte. O fato é que mesmo que os
pensamentos urdisse na sua mente persuadindo-o a abrir a correspondência
ele jamais o faria como não o fez.
Tal atitude deve-se inteiramente a virtuosidade do seu caráter. Urias era um home probo, honesto e justo.
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