Comprar armas, drogas, documentos e diplomas, se infiltrar com
traficantes, entre outras práticas. Como você reagiria se seu editor lhe
pedisse para cometer um crime para alertar as autoridades?
Na semana passada, o repórter Graciliano Rocha, da Folha de S. Paulo adquiriu um revólver calibre 38 no lado paraguaio da fronteira que liga Ciudad del Este a Foz do Iguaçu, no Paraná. O jornalista devolveu a arma à Polícia Federal e assinou um termo de declarações e um auto de apreensão.
Muitos repórteres brasileiros já se aventuraram por esses caminhos, como é o caso do jornalista Nelito Fernandes, repórter da revista Época, que no mês passado comprou um revólver Taurus calibre 38 para mostrar como é fácil conseguir uma arma como a usada por Wellington Menezes de Oliveira, o atirador que matou 12 crianças na escola de Realengo.
“A delegacia abriu um inquérito para apurar o caso, mas no primeiro momento entendeu que não houve delito, porque eu fiz a reportagem para denunciar o esquema”, explicou Nelito. Caso seja denunciado pelo Ministério Público ou sofra algum processo, o jornalista explica que a revista lhe dá assistência. “A revista acompanha tudo, dá todo o respaldo jurídico”.
Na semana passada, o repórter Graciliano Rocha, da Folha de S. Paulo adquiriu um revólver calibre 38 no lado paraguaio da fronteira que liga Ciudad del Este a Foz do Iguaçu, no Paraná. O jornalista devolveu a arma à Polícia Federal e assinou um termo de declarações e um auto de apreensão.
Muitos repórteres brasileiros já se aventuraram por esses caminhos, como é o caso do jornalista Nelito Fernandes, repórter da revista Época, que no mês passado comprou um revólver Taurus calibre 38 para mostrar como é fácil conseguir uma arma como a usada por Wellington Menezes de Oliveira, o atirador que matou 12 crianças na escola de Realengo.
“A delegacia abriu um inquérito para apurar o caso, mas no primeiro momento entendeu que não houve delito, porque eu fiz a reportagem para denunciar o esquema”, explicou Nelito. Caso seja denunciado pelo Ministério Público ou sofra algum processo, o jornalista explica que a revista lhe dá assistência. “A revista acompanha tudo, dá todo o respaldo jurídico”.
Reprodução da matéria de Nelito Fernandes na revista Época |
Casos semelhantesExperiente nos riscos da reportagem, Claudio Tognolli, diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), também já passou por alguns desses momentos. Em 1995 o jornalista comprou um fuzil tcheco para provar como é fácil trazer armas pesadas para o Brasil.
Embora tenha saído livre da compra do fuzil em 1995, em 2004 Tognoli foi ameaçado por outra infração, o porte de escutas ilegais do caso Celso Daniel. “Em 2004, no caso da Operação Anaconda, fui visitar o Rocha Matos, passei na visita sem autorização. Ele me deu as fitas com as escutas da morte do Celso Daniel. Dois promotores do caso disseram que se eu não entregasse a fita iriam me denunciar, e tive que entregar. Em seguida, em uma coletiva, eles disseram que um motoboy entregou a fita para eles, na realidade eu fui obrigado a entregar”, relembra.
Tognolli, que além de diretor da Abraji é professor da USP, relembra outros casos, como quando, pela Folha de S.Paulo, entrou na mansão do juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, em Miami, para investigar as posses do magistrado. “Eu fiz muita infiltração na minha vida, já cheguei a me infiltrar com traficantes, presenciei as pessoas cometendo crimes. Mas se um promotor quiser denunciar, ele denuncia. O MP tem sido duro com a imprensa”, conclui.
Você assumiria os riscos de um crime para alertar as autoridades?
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