por Luiz Carlos Azenha
Ao
fazer um balanço de 2011, ontem, na Escola Nacional Florestan
Fernandes, em Guararema, interior de São Paulo, o coordenador nacional
do Movimento dos Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse que o modelo
do agronegócio está fadado a desaparecer por conta de suas
contradições internas (não sem antes, diríamos nós, causar impactos
ambientais profundos que vão exigir que o Brasil importe da Alemanha
bilhões de marcos — o euro terá sucumbido — em equipamentos para lidar
com os danos).
Stédile
disse que a própria sociedade, em breve, começará a questionar o
modelo, por conta do uso intensivo de venenos, um dos pilares da
monocultura extensiva. Lembrou a previsão do Instituto Nacional do
Câncer de que o Brasil terá um milhão de casos da doença em 2012, para
os quais, segundo Stédile, os agrotóxicos contribuem de forma
importante.
Mais
que isso: ele narrou uma visita que fez ao estado de Goiás, onde
empresas estrangeiras controlam grandes extensões de terra para o
cultivo de cana-de-açúcar. Os pequenos agricultores praticamente
sumiram. Os empregos que surgiram na fase de construção das usinas
sumiram. O dinheiro é ‘exportado’ para os Estados Unidos. E a população
local fica com o vinhoto, que resulta da produção do etanol. Stédile
acredita que o próprio impacto econômico do monocultivo levará as
populações locais a questionarem o modelo do agronegócio exportador.
Ele
disse que o MST já tinha uma resposta a esse modelo, o da
agroecologia, e exibiu os produtos orgânicos dos assentamentos. Lembrou,
no entanto, que nem toda a produção de agricultores ligados ao MST é
livre dos venenos.
Depois
do evento, Stédile aceitou o convite de um grupo de blogueiros para
participar de uma twicam para tratar deste e de outros temas polêmicos
relativos à reforma agrária. Vai acontecer no dia 19 de dezembro,
segunda-feira, a partir das 20 horas, na sede da Rede Brasil Atual, no
centro de São Paulo.
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