O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo
Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (24) que, ao decidir sobre a Lei
da Ficha Limpa na quarta-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF)
não determinou que a norma é válida para as eleições de 2012. “O STF,
ontem, tomou apenas uma decisão sobre a anualidade”, afirmou o ministro.
E completou: “Não tem nada seguro. Não é certo que a lei vale para
2012”.
Segundo o ministro, o STF não se posicionou sobre a
constitucionalidade da norma. Isso ocorreu apenas no ano passado, no
julgamento do caso de Jader Barbalho, que terminou em um placar de 6 a 4
pela constitucionalidade da norma. “Mas, no futuro, pode ter mudança e
isso ser revisto”, disse Lewandowski.
Isso porque em 2012, ano de eleições municipais, que pode trazer a
norma novamente a debate, dois ministros do STF irão se aposentar,
mudando a composição da Corte: Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso. Além
disso, quando um caso tem votação apertada, o julgamento não é
suficiente para consolidar entendimento.
O ministro também afirmou que não há prazo para recontagem dos votos e
nova proclamação dos eleitos. “Cada processo tem seu andamento
diferenciado. Então, cada ministro examinará caso a caso e, inclusive,
verificará se o caso daquele recurso se enquadra ou não na Lei da Ficha
Limpa. Portanto, é um processo que demorará certo tempo, não será
imediato, até porque a Justiça Eleitoral não pode agir de ofício,
tomando uma providência única”.
Segundo o presidente do TSE, caberá a cada Tribunal Regional
Eleitoral decidir quando recalculará os votos: se à medida que as
decisões saírem ou se eles esperarão a decisão de todos os casos para
proclamarem o novo resultado apenas uma vez.
Apesar de o STF ter afastado a possibilidade de a Lei da Ficha Limpa
ter validade em 2010, Lewandowski entende que a norma teve “um caráter
profilático”, pois muitos políticos com passado duvidoso preferiram não
se candidatar, além de o tema sobre a moralidade política ter se
inserido na sociedade.
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