A revelação foi feita durante audiência em que o juiz Michael Obus, dando uma reviravolta no caso, mandou libertar Strauss-Kahn, que estava sob prisão domiciliar em Manhattan, acusado de abuso sexual contra a camareira. Strauss-Kahn negou todas as acusações, que o levaram a renunciar a seu cargo no fundo.
Inicialmente, ela havia dito que, após o ataque, saiu do quarto 2.086 para o corredor, esperou o francês ir embora e denunciou o caso a seus supervisores.
"A autora da queixa desde então admitiu que este testemunho era falso e que, após o incidente no quarto 2.086, procedeu a limpar um quarto próximo e depois voltou ao quarto 2.086 e começou a limpá-lo antes de reportar o incidente a seus supervisores", relataram os promotores, segundo documentos do tribunal.
O ex-chefe do FMI Dominique
Strauss-Kahn sorri, ao lado da mulher, ao deixar o tribunal nesta
sexta-feira (1º) em Nova York (Foto: AP)
O juiz, durante a audiência, também decidiu devolver a fiança, no valor
total de US$ 6 milhões, mas manteve a retenção do passaporte do
francês.Strauss-Kahn é acusado de agressão sexual, em um caso que levou à sua renúncia do principal posto do organismo financeiro internacional.
"Entendo que as circunstâncias desse caso mudaram substancialmente e concordo que o risco de que ele não compareça aqui diminuiu consideravelmente. Eu libero o sr. Strauss-Kahn sem o pagamento de fiança", disse o juiz Michael Obus.
O caso continuará sob investigação da promotoria, segundo o juiz.
Promotores disseram na audiência que a credibilidade da camareira de hotel que está no centro do caso foi colocada em dúvida.
Versões
Strauss-Kahn será declarado inocente, previu Benjamin Brafman, um de seus advogados, depois da audiência. Segundo ele, o andamento do caso reforça essa convicção. "É um grande alívio", disse.
Já Kenneth Thompson, advogado da suposta vítima, disse que sua cliente "não modificou nenhuma palavra" de sua versão dos fatos e disse que tem "provas materiais" deles.
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