Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, deverá acompanhar a entrega do manifesto ao presidente da Câmara
Personalidades da academia e do mundo artístico lançaram manifesto em apoio à criação da Comissão da Verdade. Nomes como Leonardo Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais estão à frente da iniciativa, que já conta com as adesões dos cantores e compositores Chico Buarque e Caetano Veloso e da cantora Alcione.
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, deverá acompanhar a entrega do manifesto ao presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), em visita que ocorrerá nesta quarta-feira (21).
“A
democracia não nos foi dada, ela foi conquistada por uma geração que
não se calou diante da opressão. A experiência vivenciada naquele
período de repressão marcou vidas e foi capaz de mudar a história, mas
ainda não podemos celebrar a democracia se não tivermos pleno
conhecimento das violações cometidas nesse passado tão recente”, diz o
manifesto (confira a íntegra abaixo).
O PL 7376/10 - que cria o órgão - depende da costura de um acordo de lideranças para ser votado ainda esta semana.
Na
opinião do deputado Emiliano José (PT-BA), o manifesto expressa um
amplo clamor da sociedade. “Corresponde a um anseio nacional. Estes
artistas e intelectuais estão em consonância com o anseio da sociedade
brasileira pela verdade e pelo respeito à memória histórica, pela
reconciliação nacional. A Comissão da Verdade será um passo adiante na
consolidação da democracia no Brasil e os criadores do manifesto estão
sintonizados com esta perspectiva”, comemorou Emiliano José, ex-preso
político da ditadura encerrada em 1985.
Para o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), “é fundamental o maior apoio social possível para a criação da Comissão da Verdade”.
Em
artigo para o site da revista Carta Capital, o deputado Zeca Dirceu
(PT-PR) sintetizou as razões que justificam a criação da comissão.
“Apesar dos avanços democráticos, algumas cicatrizes deixaram
estampadas as marcas de uma ação desumana e cruel: a tortura, a morte e o
desaparecimento de centenas de brasileiros. Ainda hoje não se sabe o
número exato dessas vítimas, mas certamente somam-se as centenas. A
Comissão da Verdade busca apenas reparar esses erros. Não há qualquer
sentido de vingança, de arbítrio ou de caça às bruxas.”, afirma Zeca
Dirceu no texto.
Rogério Tomaz Jr.
Manifesto de apoio à criação da Comissão da Verdade.
As
oportunidades da vida nos levaram ao caminho da arte, da música e do
espetáculo e, ao seguirmos esses passos, nos transformamos não apenas
em artistas e intelectuais, mas em militantes da liberdade, já que
temos a possibilidade de expressar nossas ideias e nossos sonhos na
linguagem da arte e do conhecimento.
A
democracia não nos foi dada, ela foi conquistada por uma geração que
não se calou diante da opressão. A experiência vivenciada naquele
período de repressão marcou vidas e foi capaz de mudar a história, mas
ainda não podemos celebrar a democracia se não tivermos pleno
conhecimento das violações cometidas nesse passado tão recente.
O
que nos move nesse momento é a esperança de que os parlamentares
possibilitem a atual e as futuras gerações o conhecimento desses fatos,
para sabermos a verdadeira verdade. Como defensores da livre expressão
do pensamento e da democracia, manifestamos ao Congresso Nacional nosso
desejo de aprovação do Projeto de Lei 7.376/2010, que cria a Comissão
Nacional da Verdade para que essas violações sejam lembradas e
conhecidas pelo povo brasileiro, pois essa é a única forma de
garantirmos que isso nunca mais aconteça.
Chegou a hora da verdade que o Brasil tanto espera.
>
Postado no site do PT
0 comentários:
Postar um comentário