A FUGA DO QUE NÃO SE PODE FUGIR
(Reynollds Augusto)
Infelizmente
as religiões não têm informado aos seus profitentes de que ninguém
consegue fugir da vida e que a saída súbita do corpo, por meio do
suicídio, ou autocídio é um equívoco que traz sofrimentos atrozes e
profundamente morais. No Vale do Piancó, vez por outra alguém decide
sair por essa via transversa e, mais recentemente, os noticiosos se
referem ao jovem padre de Santa Luzia, Jerônimo Leopoldino de Medeiros
Neto, de 33 anos, que teria cometido suicídio, depois de dias sem que se
soubesse do seu paradeiro. Segundo a Polícia Civil, os parentes
informaram, em depoimento, que o padre estava afastado de suas funções
porque vivia em fase de depressão. (G1-Paraiba)
A
depressão é uma “dor danada de doer”, consumindo o interior e nos
impelindo a não racionalizar sobre a vida. O fenômeno pode acontecer com
qualquer um e foi por isso que Jesus, o mestre dos mestres, nos deu uma
dica interessante, para que vigiemos os nossos pensamentos, que nem
sempre são só nossos e sim nos são sugeridos: “Orai e vigiai para não
cairdes em tentação”.
O
professor Allan Kardec, certa feita, fez uma pergunta peculiar aos
espíritos responsáveis pela formação da Codificação espírita: Os
espíritos influenciam em nosso pensamento? R. Influenciam de tal forma,
que por vezes são eles que vos dirigem.
Dessa
forma é preciso estar monitorando o que pensamos e fazendo juízo de
valor sobre o que vem à mente, para que não deixemos levar pelos
impulsos tristes que nos tragam dor. Se há uma triste poluição de gazes
que faz sofrer o nosso planeta, a poluição mental é maior ainda e os
psiquismos dos encarnados e desencarnados podem sintonizar com os nossos
pensamentos, principalmente quando estamos escolhendo os caminhões
equivocados, com base em nosso sentimento de orgulho e egoísmo.
O
bom desse fenômeno é que , quando estamos sintonizados com o bom e o
belo, no dizer do filósofo grego Sócrates, também somos influenciados
positivamente por mentes iluminadas. Daí aquela velha assertiva bem
válida: “me digas o que pensas, que te direi que tipo de espíritos anda
contigo”. O Espírito Emmanuel já disse algo bem interessante, por meio
de Chico Xavier: ““nossas emoções, pensamentos e atos são elementos
dinâmicos de indução.”
A
depressão é um sentimento íntimo de impotência e ele sempre esteve
presente na sociedade humana,pois somos um planeta atrasado
espiritualmente e a maioria dos seres que aqui habitam, são espíritos
comprometidos com as leis de Deus e que têm mais uma chance dada pela
Divindade para a reabilitação dos erros cometidos, para que haja a
depuração, fim de todos nós, pois “nenhuma só das ovelhas do meu Pai se
perderá”. O danado é que quando volvermos à matéria somos levados pelas
ilusões e o mundo dita normas e valores absurdos, que os incautos não
conseguem processar.
Segundo
a veneranda Joana de Angelis, a nossa cultura contemporânea,
utilitaristas, consumista, leva o ser humano a perder a sua identidade.
Não sabemos o que somos e pensamos que o nosso valor é dado pelo que
possuímos e como a busca do ter e sempre mais ter, não satisfaz o âmago,
vez por outra optamos por fugir da vida e nos deparamos com a vida que
segue sempre, agora com mais comprometimento, pois seremos
responsabilizados pelo uso errado do livre arbítrio “a semeadura é
livre, mas a colheita é obrigatória”. Outros vão á procura de uma fuga
em vida, que não mata imediatamente, mas que mata aos poucos. São os que
optaram pelo uso da droga, outra fuga equivocada.
Há
uma solução para tudo isso. Se preparar para não deixar que esse
sentimento, natural no ser humano, e que vez por outra surge em nossas
vidas, se prolongue e dessa forma possa se transformar em uma patologia.
Tudo passa, até a própria vida e não adianta apressar. Um meio para se
proteger desses altos e baixos é seguir a proposta de Jesus, sem
pieguice e procurar a alegria de viver , que é o resultado da saúde
espiritual conquistada. A Doutrina Espírita, como poucas filosofias, é
uma saída. Uma estratégia simples é colocar, em letras garrafais, na
porta do quarto, aquela eterna mensagem de Maria de Nazaré a Chico
Xavier, quando estava sofrendo nas provações da vida:
“Isso também passara”.
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