FBI entra no caso
O jornal Estadão trouxe hoje uma notícia que deve
movimentar bastante o interior da Paraíba. É que o governo de Pernambuco
solicitou, ontem, a colaboração do Federal Bureau Investigation (FBI), a
Polícia Federal dos Estados Unidos, na apuração das denúncias
envolvendo a importação de lixo hospitalar - oriundo dos EUA - por
comerciantes que atuam
em municípios localizados no Agreste do estado. O secretário de Defesa
Social, Wilson Damázio, fez o pedido ao cônsul dos Estados Unidos no
Nordeste, Usha Pitts.
De acordo com Damásio, "o governo americano está disposto a colaborar
no que for possível". Ainda segundo o secretário, além do FBI, a
agência ambiental norte-americana poderá enviar um representante ao País
para auxiliar os trabalhos das autoridades sanitárias locais. "A
colaboração das autoridades dos EUA é essencial para o avanço e
agilidade das investigações", declarou. Na última terça-feira, o
governador de PE, Eduardo Campos, responsabilizou a aduana
norte-americana por permitir que o lixo hospitalar deixasse o Porto de
Charleston, na Carolina do Sul, com destino ao Brasil. O consulado
norte-americano não se pronunciou.
Além das articulações do Executivo estadual junto ao governo dos EUA,
outro fato chamou a atenção da sociedade local. O Ministério Público do
Trabalho em Pernambuco anunciou que está investigando a suspeita de que
a empresa têxtil Na Intimidade, apontada como responsável pelas
importações irregulares, empregava crianças nas fábricas. O inquérito
instaurado anteontem, pela procuradora do Trabalho Ana Carolina
Ribemboim também servirá para que o ministério público apure os indícios
de que a empresa, que funciona com o nome fantasia Império do Forro de
Bolso, não fornecia aos funcionários os equipamentos de proteção
individual obrigatórios. As denúncias sobre a utilização de trabalho
infantil foram feitas por moradores de Caruaru.
Desde a semana passada, quando o escândalo da importação de lixo
hospitalar veio à tona, mais de 60 amostras de material suspeito foram
coletadas até o momento. Além de interditar uma loja e
dois galpões - onde eram armazenadas toneladas de tecido com a
identificação de unidades de saúde norte-americanas e manchas que podem
ser de sangue e secreções humanas - as autoridades apreenderam no Porto
de Suape, na última sexta-feira (14), dois contêineres com mais de 46
toneladas de lixo hospitalar.
No início da semana, a Polícia Federal instaurou um inquérito para
apurar as responsabilidades pelo desembarque de contêineres com lixo
hospitalar, que apontam para a prática de crimes de contrabando,
ambiental e uso de documento falso.
Depois da repercussão do caso, dezenas de novas denúncias, inclusive
de moradores de cidades de estados vizinhos, como Paraíba e Alagoas,
começam a chegar às autoridades policias e sanitárias pernambucanas.
Segundo o gerente da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária
(Apevisa), Jaime Brito, todos os casos serão analisados. "Vamos
trabalhar com todas as informações que nos chegarem junto à Polícia. A
população tem um papel essencial neste caso. Contamos com a colaboração
de todos", destacou.
Na tarde de ontem, o Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do
Capibaribe, cidade onde está sediada a empresa supostamente responsável
pela importação do lixo hospitalar, entrou com uma medida cautelar
pedindo bloqueio do patrimônio do empresário Altair Teixeira de Moura,
proprietário da indústria. De acordo com a diretoria do sindicato, a
intenção é que os recursos garantam o pagamento dos direitos
trabalhistas de 26 funcionários da empresa que trabalhavam nos dois
galpões interditados.
blog do dércio
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