Folha de Riachão

Riachão não tem acessibilidade

Sabemos que muitas crianças nascem, desenvolvem-se e podem chegar a sofrer doenças ou acidentes durante o decorrer de suas vidas, adquirindo seqüelas temporárias ou definitivas. Porém, as barreiras sociais que muitos enfrentam no seu dia-a-dia, são consideradas um dos problemas mais cruéis que enfrentamos em nossa cidade. Através deste, escolhi para informar os nossos representantes que Riachão não esta preparada para educar, nem dá qualidade de vida ou profissional. Na maioria de nossos prédios públicos não encontramos “acessibilidade” e por vezes, pessoas não tem o direito de ir e vir. Sabemos que a constituição reza que todos têm direito a educação, saúde, trabalho e dignidade; por que não preparar nossa cidade para o futuro? 

Pessoas com down, autismo, deficientes visuais e aqueles que têm sua mobilidade reduzida, necessitam de educação especial voltada e preparada para educá-los adequadamente. Isso não ocorre em Riachão, já que quase todos os professores são despreparados para lidar com pessoas “especiais”, que ao contrario do que muitos pensam brincam, riem, pulam, choram; do mesmo modo que qualquer pessoa “normal”.

Recentemente, recebemos um ônibus escolar que é preparado para transportar alunos cadeirantes. Porém, nossas escolas não estão preparadas e equipadas para receber essas crianças; fisicamente e psicologicamente nem mesmo para lidar com os alunos que tem hoje. O transporte pode até ser feito, mas ao chegar á escola o aluno teria que enfrentar vários obstáculos, como: portas estreitas, altos batentes, ir a banheiros impróprios e o mais difícil, olhares duvidosos. Contudo, algo tem que ser feito, para que os nossos futuros ou atuais cidadãos possam de forma natural participar do âmbito social, cultural e educacional de nossa cidade. O que não é caridade, é direito de todos. Ao desrespeitá-los, nós descaracterizamos como pessoas, pois “somos todos iguais" perante Deus e a lei e “gentileza gera gentileza”. Afinal, não é a por não sofrer que não podemos ajudar quem esta sofrendo.

Sobre tais melhorias, podem existir pessoas que digam: quando alguém reclamar a prefeitura faz! Quando tivermos alunos especiais, as escolas preparam-se! O que a cidade ganha com isso? Essas pessoas têm que ficar em casa! Por que estudar ou trabalhar se podem aposentar-se? Isso é o triste pensamento de alguns em pleno século XXI. 

Se nada for feito agora, vai ser bem mais difícil futuramente, já que nada sobre tal assunto foi dito ou discutido. Cabe a todos nós, deixarmos de lado a política e tomarmos como partido o CSC (consciência), a fim de executarmos algo á nosso favor. 

Vale salientar, que a culpa de não termos acessibilidade não é do atual ou do antigo gestor, mas do mundo em que vivemos. Muitas vezes não pensamos, nem agimos em favor da minoria, pois o que é diferente, é abstrato e tem que ser esquecido ou abafado, nunca pode ser mencionado. É quase viver em uma ditadura só que não é de um presidente militar e sim de uma sociedade arcaica, ignorante e mal educada.

Será mesmo que tudo esta ótimo? Se não vemos acessibilidade em cidades vizinhas significa que não precisamos? Se analisarmos o mundo em que vivemos, nada é cem por cento perfeito ou cem por cento errado basta querermos para que possamos melhorar e transformar a sociedade em que vivemos e assim, a partir de nossas idéias transformar a vida de todos “por isso, viva e acima de tudo faça com que todos possam viver”. 

  Por: Felipe Bernardo
 Folha de Riachão PB