Confira a coluna na íntegra.
O Dom Quixote de Coutinho
Depois de toda aquela desnecessária polêmica religiosa ocorrida durante o período da campanha eleitoral do ano passado, em torno das estátuas mandadas instalar em diversos locais da cidade pelo então ex-prefeito municipal de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB, na foto ao lado), eis que ele – agora – resolveu adotar um novo amuleto, colocado ao lado direito do seu birô de trabalho, dentro do próprio gabinete oficial, no Palácio da Redenção.
Amuleto em cima da mesa
Trata-se de uma legítima estatueta em bronze do famoso Dom Quixote de La Mancha (personagem da literatura imortalizado na obra do escritor espanhol Miguel de Cervantes, sempre retratado ao lado de seu fiel escudeiro, o gorducho Sancho Pança). Na foto acima, vemos o governador sentado em sua cadeira, bem ao lado da imagem do guerreiro que enfrentava moinhos-de-vento (também mostrado no detalhe da fotografia menor).
Inspiração veio da Espanha
Dom Quixote é considerado a obra-prima de Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). O título e ortografia originais eram “El ingenioso hidalgo Don Qvixote de La Mancha”, com sua primeira edição publicada em Madrid, composta por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira escrita em 1605 e a outra em 1615.
Criticando os antigos donos do poder
O livro parodiou os romances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade no final do período medieval europeu, que – àquela altura – se encontrava em declínio. Nesta obra, o principal protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante.
Escrevendo sua própria história
Por isso, ele resolve partir pelo mundo afora, vivendo o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do “Cavaleiro da Triste Figura”, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis de fancaria (de araque, de mentirinha, etc), apresentada sob a forma de novela realista, que deu origem a inúmeros filmes, peças de teatro e outras interpretações do texto, até hoje, em todas as partes da Terra.
Estado de espírito do governante
Essa imagem caricata e aparentemente insensata de lutar contra os moinhos-de-vento – porém característica sincera de pura resistência político-ideológica e cultural – retrata bem o atual espírito administrativo do governador socialista, que recentemente postou no Twitter a seguinte frase emblemática, em seu microblog:
@realrcoutinho – Eu compreendo as necessidades e me aflige não poder atendê-las, por enquanto. É que sou acostumado a remar contra a correnteza... E sempre deu certo. E dará.
PB Agora
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