Através dos
dados dos Censos é possível retratar, para níveis geográficos detalhados, a
população e suas condições de vida, dando resposta às seguintes questões:
• Quantos somos?
• Como somos?
• Onde vivemos?
• Como vivemos?
Para acompanhar evolução da ocupação
do território e planejar o seu desenvolvimento sustentável.
O conhecimento da distribuição da
população no território, identificando as áreas de ocupação, seu adensamento ou
baixa densidade demográfica, permite conhecer, em especial para o detalhamento
urbano e rural, a relação com o ambiente e planejar adequadamente o uso
sustentável dos recursos. O Brasil se transforma e o seu território se
desenvolve em ritmos e modalidades distintas que o Censo permite conhecer. É
fundamental conhecer a distribuição territorial das pessoas e dos domicílios e
suas principais características de modo a avaliar possíveis riscos humanos e
ambientais.
Para avaliar, planejar e reivindicar.
População
O Censo, além de contar a população
residente em uma data específica (01/08/2010) e definir a sua estrutura por
sexo e idade, levanta inúmeras informações que permitem conhecer os padrões de
fecundidade, mortalidade e migração (interna e externa) e inferir as
transformações demográficas em curso, sua evolução e os impactos futuros sobre a
população e sua composição. Tais informações são as bases para o desenho das
políticas das áreas de saúde, previdência e educação da população em geral e de
assistência a grupos específicos como mulheres, crianças, adolescentes e
idosos. Neste sentido, em 2010, as informações demográficas são completadas
através da inclusão da investigação da emigração internacional e da
mortalidade. Pela primeira vez, o Censo vai investigar o registro de nascimento
das pessoas até dez anos de idade, importante para avaliação da cobertura dos
registros administrativos e do primeiro passo da cidadania.
As informações de natureza
demográfica obtidas pelo Censo – além de outras oriundas das pesquisas
realizadas pelo IBGE e registros administrativos - são primordiais para a elaboração
das projeções e estimativas populacionais, permitindo analisar a evolução da
população.
Ademais, a população é parâmetro para
distribuição das verbas federais aos fundos estaduais e municipais e para
definir o número dos representantes dos cidadãos nas assembléias legislativas
municipais.
Domicílios
As informações sobre as características dos
domicílios são importantes para conhecer as condições de moradia e acesso a
serviços públicos básicos como energia elétrica, abastecimento de água, coleta
de lixo e esgotamento sanitário, que têm forte impacto sobre a qualidade de
vida da população e são imprescindíveis para identificar áreas prioritárias de
investimentos em níveis geográficos detalhados. Variáveis investigadas: posse
do domicílio, valor do aluguel para domicílios alugados, material predominante
nas paredes externas, número de cômodos no domicílio, número de cômodos
servindo de dormitório, número de banheiros, existência de sanitário,
escoadouro do banheiro ou do sanitário, forma de abastecimento de água
utilizada no domicílio, canalização da água, destino do lixo, existência de
companhia distribuidora de energia elétrica, existência de medidor de energia
elétrica (de uso exclusivo ou comum), existência dos bens duráveis associados
a: acesso às informações, facilidade dos serviços domésticos, inclusão digital
e locomoção (rádio, televisão, máquina de lavar roupa, geladeira, telefone
celular, telefone fixo, microcomputador; microcomputador com acesso à
Internet, motocicleta e automóvel para uso particular).
Composição dos domicílios
O número de moradores por domicilio, as relações
de parentesco entre seus moradores, a nupcialidade e a responsabilidade
compartilhada, são informações que permitem acompanhar as alterações no
padrão reprodutivo e nos arranjos familiares, que têm fortes condicionantes
sobre o padrão de consumo e geração de renda da população, sobre os cuidados
com as crianças e idosos, os afazeres domésticos e etc. No Censo 2010 foram
ampliadas as relações de parentesco: cônjuge ou companheiro(a) de sexo
diferente; cônjuge ou companheiro(a) de mesmo sexo; filho(a) do responsável e
do cônjuge; filho(a) somente do responsável; enteado(a); genro ou nora; pai,
mãe padrasto ou madrasta; sogro(a); neto(a); bisneto(a); irmão ou irmã; avô ou
avó; outro parente; agregado(a); convivente; pensionista; empregado(a)
doméstico(a); parente do(a) empregado(a) doméstico(a). Foram incluídas, em
2010, questões relativas à orfandade materna e, para compor os núcleos de
reprodução, a identificação, na lista de moradores, do cônjuge ou companheiro
das mulheres.
Características da população
Além de sexo e idade, são investigadas outras
características da população como cor ou raça (que neste ano consta também do
questionário básico), religião ou culto e, pela primeira vez, são levantadas a
etnia e língua falada para a população indígena. Tais informações contribuem
para assegurar o conhecimento e a preservação da formação histórica e cultural
da população brasileira e, simultaneamente, para a promoção da diversidade e o
combate à discriminação e intolerância. Também são investigadas as pessoas que
se avaliam como possuidoras de deficiências para o dimensionamento de políticas
que assegurem a adequada assistência e levem à igualdade de oportunidades.
Educação
Além de conhecer o índice de alfabetização do
País, esse tema no Censo tem a finalidade de, inclusive para pequenas áreas,
quantificar a população infantil atendida em creches e as pessoas que
frequentam escola; traçar o perfil educacional da população; e identificar as
espécies dos cursos de nível superior (superior, mestrado, doutorado) que são
frequentados.
A
educação é um dos parâmetros básicos do desenvolvimento econômico e social, com
reflexos sobre a produtividade da força de trabalho e a evolução do mercado de
trabalho, tendo implicações significativas sobre saúde, fecundidade e outros
temas sociais.
Trabalho
Os dados censitários são essenciais para a
análise da estrutura social e econômica do País, da sua evolução e tendências,
em particular no que diz respeito ao conhecimento da população economicamente
ativa (ocupação e desocupação) e suas características. O Censo levanta inúmeras
informações que permitem avaliar as condições de funcionamento do mercado de
trabalho: o número de trabalhadores, a atividade do empreendimento e a ocupação
do trabalhador, a posição na ocupação (empregado, empregador, conta-própria,
militar, funcionário público, não remunerado), o número de pessoas que o
empregador empregava no trabalho, a contribuição para a previdência, a posse de
carteira de trabalho, as horas trabalhadas e o rendimento do trabalho.
Rendimento mensal habitual
Além da renda do trabalho, o Censo levanta o
total das demais rendas, identificando as origens: aposentadoria ou pensão de
instituto de previdência oficial (federal, estadual ou municipal); programa
social Bolsa-Família ou Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI;
rendimento de outros programas sociais de transferências; outras fontes (juros
de poupança, aplicações financeiras, aluguel, pensão ou aposentadoria e
previdência privada, etc.). A renda é variável clássica de estratificação
socioeconômica e de avaliação das condições de vida objetivas, permitindo não
apenas identificar as populações mais vulneráveis, mas também acompanhar a
desigualdade e suas consequências.
Deslocamento para estudar e trabalhar
A investigação do tema do deslocamento no Censo
permitirá mensurar a população que frequenta escola em município que não é o de
residência. No caso do trabalho, a investigação permitirá estimar a população
que trabalha em município distinto daquele onde reside, fenômeno frequente no
entorno das grandes regiões metropolitanas brasileiras, se há deslocamento
diário para o local de trabalho, se a pessoa trabalha em mais de um local, bem
como o número de pessoas que trabalha no próprio domicílio. Ademais, o Censo
2010 pesquisará, também, a duração habitual do deslocamento para o trabalho.
Tais informações servirão para orientar as políticas de transporte e também para
avaliar o impacto nas condições de vida da população, uma vez que, associadas
ao tempo dedicado ao trabalho, permitirão estimar o tempo restante para as
demais atividades, como convívio familiar, cuidados pessoais, lazer, etc.
Para a transparência e nos posicionar no mundo.
O Censo oferece informações vitais para aqueles
que têm a responsabilidade da gestão e planejamento local e útil aos cidadãos e
às instituições para avaliar as políticas implementadas. O Censo de 2010 segue,
como é tradição no Brasil, as recomendações internacionais, o que torna
possível comparar o País com diferentes regiões do mundo em muitos aspectos do
desenvolvimento social e econômico.
Para a construção de indicadores dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM).
A construção dos indicadores dos Objetivos de
Desenvolvimento Milênio1, para avaliar e monitorar o
progresso rumo a um conjunto de metas de desenvolvimento acordadas
internacionalmente, é dependente das informações censitárias. Até mesmo para
alguns indicadores não derivados diretamente do Censo, mas sim através das
pesquisas domiciliares ou de estatísticas vitais, a população é usada como
denominador dos mesmos.
Para aumentar a eficiência e competitividade.
Os dados obtidos a partir do Censo são utilizados
pelas empresas e órgãos de fomento da atividade econômica para definir suas
estratégias e tais informações permitem melhorar a eficiência e competitividade
da ação privada, além da pública e comunitária.
Para gerar novas informações.
Os dados do Censo são a base necessária para as
pesquisas por amostragem (inclusive as de mercado e as eleitorais), tão
importantes em uma sociedade onde a informação deve ser confiável e rapidamente
disponível. A base geográfica, construída por ocasião da realização do Censo,
representa um cadastro de áreas completo do País, de grande aplicação como
estágio intermediário de amostragem, para o planejamento das pesquisas
domiciliares. O Censo tem papel fundamental não só para a construção dos
cadastros para a seleção das amostras probabilísticas das pesquisas
domiciliares, conduzidas no período intercensitário, como para a estruturação
dos planos amostrais, que tradicionalmente usam as informações censitárias para
o dimensionamento e a seleção das amostras.
Uma outra importante aplicação com os dados do
Censo encontra-se no uso de técnica especial de estimação para pequenas áreas,
que combina os dados de pesquisas domiciliares com os do Censo, através de
modelagem estatística.
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