O
primeiro dia de pagamento dos salários do Governo do Estado nesta
quinta-feira (3) sob a nova administração de Ricardo Coutinho (PSB) está
causando insatisfação e protestos de servidores. Enquanto uns se
deparam com um contracheque 'enxuto' devido ao corte de gratificações,
os pró-tempores da Secretaria de Educação reclamam de não terem sido
beneficiados com férias remuneradas.
Apesar
dos cortes já terem sido anunciados pela Secretaria Estadual de
Administração, os funcionários reclamam que o Governo tenha economizado
com a folha de pessoal. A redução chega a 7% com relação à folha de
dezembro.
Uma servidora ligada à Secretaria da Receita Estadual relatou ao Paraíba1
que, no final das contas, seu salário cairá de R$ 3 mil para R$ 453.
Ela, que pediu para não ser identificada, teve sua Gratificação por
Atividades Especiais (GAE) reduzida de R$ 1 mil para R$ 500.
Além
disso, ainda são descontados em seu contracheque diversos empréstimos
bancários consignados que descontam mais de 30% de seu pagamento. Ela
diz ter consciência de que é proibido por lei ter mais de 30% da renda
comprometida. “Não tem como o servidor sobreviver com R$ 450. Trabalho
dois expedientes e acho que este mês não estou recebendo o que
mereço”, desabafou.
Temporários da Educação sem salários
A
situação também preocupa os servidores temporários da Secretaria de
Educação. Foram excluídos os salários de janeiro dos pró-tempores.
Conforme a assessoria de imprensa, o pagamento não será efetuado porque
estes servidores não trabalharam o mês correspondente aos salários. Os
professores pedem para ter direitos igualitários aos dos professores
efetivados.
De
acordo com a assessoria de imprensa da Educação, com base em um acordo
firmado com o Ministério Público, 50% destes funcionários temporários
ligados diretamente às escolas serão dispensados, e a outra metade será
recontratada.
Para isso, está sendo feito um recadastramento. No entanto, muitos dizem não ter ideia se seus contratos serão renovados devido a uma falta de comunicação da administração pública com os profissionais. “Como podemos saber se estamos sendo convidados, se não foi feito nenhum aviso oficial?”, questiona uma professora de Campina Grande, que também preferiu não ser identificada.
Para isso, está sendo feito um recadastramento. No entanto, muitos dizem não ter ideia se seus contratos serão renovados devido a uma falta de comunicação da administração pública com os profissionais. “Como podemos saber se estamos sendo convidados, se não foi feito nenhum aviso oficial?”, questiona uma professora de Campina Grande, que também preferiu não ser identificada.
A
assessoria da Administração informou que os diretores de cada escola
convocarão os seus colaboradores temporários para que eles preencham
uma ficha de cadastramento. A seleção será feita pela Educação com base
na necessidade das escolas, no tempo de serviço dos funcionários e no
desempenho deles nos últimos anos.
Os
sindicatos e associações que defendem os interesses da classe já se
mobilizam. Em João Pessoa, a presidente da Associação dos Servidores
Públicos das Regiões Norte e Nordeste (Asprenne), Thânia Feitosa, está
na Assembleia Legislativa nesta manhã entregando um ofício a cada
deputado pedindo que intercedam pelos temporários. Ela informou que a
associação está estudando as medidas jurídicas cabíveis e pediu que os
funcionários prejudicados procurem a Asprenne para entrar com mandados
de segurança contra o Estado.
Já
no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Paraíba
(Sintep), estão marcadas duas assembleias para tratar sobre o assunto.
De acordo com o diretor Sizenando Leal, haverá um encontro às 15h do dia
16 de fevereiro na Associação Comercial de Campina Grande, e outro no
mesmo horário do dia 18 na sede do Sintep em João Pessoa.
“O
problema todo não está em dispensar ou não os prestadores de serviço.
Está na falta de clareza do Governo com relação a como estes contratos
serão renovados, e quais critérios foram adotados. Temos a desconfiança
de que o Governo queira contratar os professores que votaram em sua
base”, reclama o sindicalista.
Karoline Zilah
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