Compreendendo
9 Estados, a Região Nordeste, a maior do Brasil em extensão, com
1.558.196 km² – assemelha-se em área à Mongólia – e com população de
53.591.197 habitantes (IBGE 2009) – um pouquinho abaixo da Itália –,
sempre foi atormentada pelas secas intensas e pelo esquecimento
administrativo de autoridades governamentais. Esses fatores, provocaram
ao longo de muitas décadas, a fuga de grande parte da população,
buscando as grandes cidades do país, à procura de emprego e melhores
condições de vida.
No
Nordeste, o catolicismo sempre esteve presente e muito forte, como
consolo ao sofrimento dos agricultores que perdiam a cada estiagem a
lavoura e os animais adquiridos com sacrifícios indescritíveis. À
desolação da área, o cântico dos hinos a São José e Maria Santíssima,
sempre eram ouvidos, implorando-lhes melhores dias. Em outras regiões,
pequenas procissões eram formadas dentro dos roçados, com imagens
erguidas aos céus, invocando chuvas aos céus, para a salvação da lavoura
e destruição da fome.
Nesse cenário
de dor e sofrimento, surgiram homens que falando da salvação da alma, de
vida após a morte, de amor ao próximo e solidariedade profunda,
fortaleceram ainda mais a fé dos nordestinos, fazendo-os cada vez mais
fortes e aguerridos. A Paraíba conheceu-os muito bem, cada um agindo à
sua forma, com os olhos voltados a Deus: padre José Ibiapina e frei
Damião de Bozzano.
Ibiapina,
nascido em Sobral, no Ceará, a 5 de agosto de 1806, abandonou a
advocacia cujo diploma recebera em 1832, e se fez sacerdote em Convento
na cidade de Olinda-PE. Assim, como representante de Deus, abraçou a
causa dos mais pobres e sofridos nordestinos. Percorreu vários Estados
pregando a fé em Missões, e juntando-se ao povo, construiu açudes,
hospitais, cisternas, cacimbões, recuperou cemitérios e capelas,
reconstruiu igrejas e ajudou na construção de muitas outras como as de
Soledade, Bananeiras, Pocinhos e Arara. Na Paraíba deixou construídas 10
Casas de Caridade, que tinham a finalidade de dar assistência a órfãos,
crianças escravas que ali chegando eram declaradas livres e crianças
abandonadas pelas mães solteiras. Faleceu em Santa Fé, município de
Solânea, vizinho à cidade de Arara, em 19 de fevereiro de 1883, dizendo
estar vendo a Virgem Maria, de quem era devoto.
Muitos
anos depois, o solo nordestino recebeu carinhosamente frei Damião, que
se irmanou ao povo que tão bem o acolheu, e passou a demonstrar todo o
seu carinho e amor pela Mãe Santíssima. Nesses momentos, falava da
existência do inferno e do céu e alertava aos romeiros que só
encontraria Jesus, quem em vida tivesse procedido com honradez, sem
luxúria, com caridade e amor; quem não tivesse caminhado pela mancebia e
nem desonrado as filhas alheias; quem praticasse o bem.
Damião,
nasceu na cidade de Bozzanno, na Itália, a 5 de novembro de 1898 e ao
Brasil chegou em 1931, passando a residir na cidade do Recife-PE, no
Convento dos Capuchinhos. Dali, sempre saia em viagens longas pelas
terras nordestinas de vários Estados, pregando nas Santas Missões. Em
muitos momentos, segundo os seus seguidores, em realizou milagres.
Faleceu em 31 de maio de 1997, vítima de parada cardiorrespiratória, no Hospital Português, na cidade de Recife, e foi sepultado na Capela de Nossa Senhora das Graças, no convento do Pina.
Faleceu em 31 de maio de 1997, vítima de parada cardiorrespiratória, no Hospital Português, na cidade de Recife, e foi sepultado na Capela de Nossa Senhora das Graças, no convento do Pina.
Em
Guarabira, cidade que muitas vezes visitou nas Santas Missões, sempre
acompanhado de frei Fernando, amigo inseparável, foi erigida uma estátua
de frei Damião, a segunda maior do país, na Serra Mata Limpa, vizinha à
Serra da Jurema, Pico Culminante do município, e é visitada
semanalmente por turistas, religiosos e romeiros.
Por esses sacerdotes, o Nordeste tem verdadeira devoção e respeito, ainda hoje. Muitas casas têm sobre mesas ou oratórios, estátuas de ambos, a quem rezam sempre e sempre, pedindo proteção e paz.
Por esses sacerdotes, o Nordeste tem verdadeira devoção e respeito, ainda hoje. Muitas casas têm sobre mesas ou oratórios, estátuas de ambos, a quem rezam sempre e sempre, pedindo proteção e paz.
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