Por *Marcos Aurélio Ruy
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Este
mês, mais especificamente no último dia 04, fez 21 anos que Agenor de
Miranda Araújo Neto morreu, mas o seu codinome Cazuza continua vivo nas
canções que tão bem representam a rebeldia juvenil dos anos 1980 e
ainda hoje faz parte do nosso show.
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Falar
da morte de alguém sempre é doloroso, mas no caso de artistas,
escritores e outras importantes personalidades, relembrar suas criações
é importante para registrar um momento histórico do país. É o caso do
compositor, poeta e cantor Cazuza.
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Nascido
em abril de 1958, no Rio de Janeiro, ele se tornaria um dos grandes
nomes da música popular brasileira. Juntamente com o Barão Vermelho -
banda de Cazuza - surgiram os Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Legião
Urbana, entre outras bandas que conquistaram o público jovem,
principalmente, por tratarem de temas próprios dessa faixa etária de
brasileiros.
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Ao
lado de grandes como Renato Russo (Legião Urbana), Arnaldo Antunes
(Titãs), Herbert Vianna (Paralamas), Cazuza foi chamado de o “poeta do
rock brasileiro”. Iniciou sua carreira profissional como vocalista do
Barão Vermelho em 1982. Com o Barão faria uma de suas canções marcantes:
“Pro dia Nascer Feliz”, em que dizia “estamos meu bem por um triz pro
dia nascer feliz”, antecipando-se ao período final da ditadura fascista
(1964-1985).
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“O
Brasil saía de um longo ciclo ditatorial e vivia um clima de
democracia ainda incipiente, mas suficiente para liberar as energias
contidas. Cazuza desempenhou um papel importante nesse processo. E
quando as misérias e mazelas nacionais foram se desnudando, ele
respondeu sem meias palavras”, diz o site www.cazuza.com.br. Por
coincidência, Cazuza parte para a carreira solo em 1985, quando acaba a
ditadura.
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Filho
de classe média, inclusive com o pai presidente da gravadora Som
Livre, atualmente pertencente às organizações Globo, poderia seguir a
trilha do pop-rock comercial como muitos fizeram, mas dirigiu-se pelo
caminho da contestação e destilou sua rebeldia, sob influência da
guitarra inovadora do rock de Jimi Hendrix, pela voz rouca bluezística
de Janis Joplin, pelo som meio inconseqüente dos Rolling Stones, mas
também por grandes autores da MPB, como Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa,
de Dolores Duran, Maysa, Caetano Velos, Gilberto Gil, Rita Lee, entre
outros. Mas o seu grande ídolo também se chamava Agenor, de codinome
Cartola.
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Irreverência inteligente
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Incentivado
pelo pai, ingressou no curso de Comunicação, mas permaneceu no curso
apenas um mês, já antevendo o que se tornaria nossa mídia convencional.
Cazuza mostrou irreverência por onde passou e em suas poesias e com um
som misturado que chegou ao samba-rock “Brasil”, dizia: “Não me
sortearam/A garota do Fantástico/Não me subornaram/Será que é o meu
fim?/Ver TV a cores/Na taba de um índio/Programada/Pra só dizer ‘sim’,
‘sim’”, mostrando sua verve ácida que ganhou contornos mais nítidos na
música “Burguesia”, ao afirmar que “a burguesia fede”, fede a perfume
francês importado e caríssimo ,e conclui: “enquanto houver burguesia
não vai haver poesia”.
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A
obra de Cazuza permanece viva em canções de fino trato, com poesias e
melodias criadas com espontaneidade, mas crítico, com uma visão de mundo
específica, mas também social, os anseios de uma juventude que se via
livre das amarras de uma ditadura e iniciava seus passos para a vida em
liberdade. Suas canções estão presentes na trilha sonora de todos que
sonham com vida digna para as pessoas. Canções como “Todo Amor que
Houver Nessa Vida”, “Maior Abandonado”, “Bete Balanço”, “Codinome
Beija-flor”, “Ideologia”, “O Tempo Não Para”, “Faz Parte do Meu Show”,
“Vida Louca Vida” estão na história da MPB.
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Bissexual
assumido, toxicômano, Cazuza morreu vítima do vírus HIV, pesando menos
de 38 quilos em 7 de julho de 1990. Deixou um legado fundamental em
qualquer discografia da MPB. Para a cineasta Sandra Werneck, “Cazuza
era um homem apaixonado pela vida. Com ela, nutria sua poesia. E, com
sua poesia, se entregava ao amor.” As músicas de Cazuza tornaram-se
hinos de uma juventude que sonha com uma vida menos desigual.
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*Colaborou Fernanda de Sousa Coelho Ruy
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Postado no Portal Vermelho
Com Blog da UEPB
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Abaixo lguns vídeos para mostrar a força desse grande compositor brasileiro.
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