[ENCARNAÇÃO] Ronald Hanko
Já apresentamos as duas primeiras verdades que precisam ser cridas sobre
a natureza humana de Cristo. Olhamos para os ensinos maravilhosos que
ele tinha uma natureza humana real e completa. Agora nos voltaremos para
a importante verdade que Cristo tinha uma natureza humana sem pecado.
Que ele não tinha pecado é ensinado mui claramente em Hebreus 4:15. Isso
é ensinado também em Isaías 53:9, Lucas 1:35 e 2 Coríntios 5:21.
Contudo, Hebreus 4:15 levanta a questão se Cristo era capaz de pecar,
visto que foi tentado como nós em todas as coisas. Em outras palavras, a
impecabilidade de Cristo significa apenas que ele não pecou, ou que ele
não poderia pecar?
Alguns têm dito que as tentações de Cristo poderiam ser reais somente se
fosse possível para ele pecar em sua natureza humana. Que ele não pecou
é devido apenas ao fato dele ser Deus também. Em face de tal ensino,
devemos enfatizar a verdade que não era possível que ele pecasse.
Devemos lembrar que não é uma natureza que peca, mas uma pessoa, e
Cristo é uma pessoa somente, o Filho de Deus. Como uma pessoa divina,
ele não poderia pecar. Dizer que era possível que ele pecasse em sua
natureza humana é dizer que Deus poderia pecar, pois pessoalmente, mesmo
em nossa natureza humana, ele é o Filho eterno de Deus. Essa, cremos, é
uma das verdades ensinadas em 2 Coríntios 5:21, que diz que ele não
conheceu pecado, e em Hebreus 7:26, que diz que ele era “santo,
inocente, imaculado, separado dos pecadores”.
Que Cristo não tinha pecado significa que ele não tinha o pecado
original, o pecado que temos de Adão (Rm. 5:12). Nesse respeito, também,
ele era imaculado. O nascimento virginal de Jesus e o fato que Deus era
seu Pai, também o Pai de sua natureza humana, garantiu que dentre todos
os descendentes de Adão, Cristo somente nasceu puro e santo.
Ele não somente não tinha o pecado original; ele também não tinha nenhum
pecado real. Durante toda a sua vida, desde o tempo quando nasceu,
Cristo nunca quebrou os mandamentos de Deus, nunca errou (nem
infinitesimamente), e nunca falou uma palavra frívola que não
glorificasse a Deus. Ele era perfeito!
Em suma, portanto, sua impecabilidade significa que ele não tinha o
pecado original, nem qualquer pecado real e não tinha a possibilidade de
pecar. Isso, como Hebreus nos diz, é a razão dele poder ser nosso
Salvador.
Como alguém sem pecado, ele não precisava oferecer sacrifício primeiro
pelos seus próprios pecados, mas foi capaz de oferecer em nosso favor um
sacrifício perfeito (Hb. 7:27). Portanto, ele pôde se fazer pecado em
nosso lugar, para que pudéssemos ser feitos a justiça de Deus nele (2Co.
5:21).
A impecabilidade de Cristo, então, é a garantia que sua justiça é
perfeita, e que ela é nossa. Tudo o que ele mereceu por sua morte ele
não precisava para si mesmo; ele adquiriu para nós, que estávamos em tão
grande necessidade.
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