O
ex-governador José Maranhão (PMDB) foi o convidado do programa Conexão
Arapuan, apresentado por Luís Tôrres, desta segunda-feira (14). O
peemedebista comentou sobre as perspectivas para 2012, falou sobre suas
relações políticas, sobre o Governo de Ricardo Coutinho, a crise do PMDB
e até revelou a sua idade.
Maranhão falou logo no início do programa que Ricardo Coutinho se elegeu
governador apenas porque teve o apoio do senador Cássio Cunha Lima
(PSDB). "Sem Cássio, Ricardo não tinha nem passado da ponte do Rio
Sanhauá", ironizou.
O debate então levou ao assunto da terceirização do Hospital de
Emergência e Trauma, onde os partidos de oposição se colocam contrários,
mas foi colocado no programa que o próprio Maranhão chegou a considerar
a privatização ou terceirização de um hospital durante o seu Governo, o
peemedebista negou. "Isso é balela, não existe essa história".
O ex-governador foi questionado em relação as declarações do atual
governador que disse ter encontrado uma Paraíba falida quando entrou no
Palácio da Redenção e entregue a violência. "Ricardo disse que faria da
Paraíba uma Suiça em pleno Nordeste, mas é só olhar nos jornais e você
vê como é a segurança pública do Estado, ela não existe", contou.
A conversa chegou ao assunto dos "Fantasmas do Governo", funcionários
que aparecem na folha salarial, mas estão mortos ou não trabalham no
governo. "Eu não tenho receio de que esses nomes apareçam nos arquivos
que constam ao meu Governo, eu fui o primeiro a denunciar esses
Fantasmas, estou aguardando para ver o resultado", disse.
Eleições 2012 - A respeito das disputas eleitorais municipais, Maranhão
comentou suas razões para colocar seu nome na disputa para a Prefeitura
de João Pessoa. "Eu tenho sido muito pressionado pela população.
Acredito que posso fazer por João Pessoa o que ela precisa, e fiz muito
por essa cidade quando fui governador, como a duplicação da BR 230",
colocou.
"O trânsito em João Pessoa está um pandemônio. A verticalizão da cidade
tornou o trânsito caótico. Uma das minhas idéias é utilizar o sistema
ferroviário, que já existe, mas a população evita porque está numa
situação precária", disse.
Então veio o momento de falar no candidato do PMDB para as eleições,
Maranhão é pré-candidato do partido ao lado de Manoel Júnior e foi
levantada uma questão de que a decisão não seria tomada de forma
saudável. "Só quem não conhece a minha relação com Mané Júnior, poderia
imaginar que eu quisesse atropelar um companheiro da envergadura e
talento como ele. Quando Mané era ainda estudante de medicina e eu era
deputado estadual, o município de Pedras de Fogo precisava de alguém, e
eu e mais alguns companheiros colocamos o nome de Manoel Júnior para ser
prefeito", continua.
"O candidato será aquele que apresentar maiores índices nas pesquisas,
eu não farei oposição a Manoel jr, não vou atropelá-lo. Os adversários
trabalham para gerar abalos, mas a maior prova de que estamos bem é que
passou o período de filiação e Manoel Júnior ainda está no PMDB. Se ele
for escolhido o candidato, eu vou trabalhar na campanha dele, assim como
eu espero que ele faça por mim", declarou.
O ex-governador foi questionado se não seria mais prudente poupar
energias para 2014 e se fosse eleito prefeito, a disputa pelo Governo
iria sair da pauta. "Não pudemos pular etapas, 2014 ainda está distante.
Se eu for eleito prefeito, 2014 sai do calendário, sai com toda
certeza. Ninguém pode fazer de uma cidade como João pessoa um
trampolim", disse.
Apesar de justificar que é cedo para falar sobre 2014, ele não deixou de
fazer um comentário. "Veneziano é candidato natural para o Governo".
Relação com Cássio - Fala-se muito nos bastidores políticos sobre uma
reaproximação entre Maranhão e o tucano, o peemedebista explicou. "Toda
essa cogitação resultam de fatos que são evidentes e palpáveis, a
relação entre Cássio e Ricardo não esta boa. Cássio disse numa
entrevista que não era meu inimigo pessoal, mas meu adversário político.
A partir daí as pessoas fazem interpretações. Há muito tempo eu e
Cássio não conversamos sobre política, apeas nos cumprimentamos quando
nos vemos", completou.
Crise no PMDB - O ex-governador comentou as diversas discusões que tem
surgido em torno do partido, inclusive a saída de alguns parlamentares.
Maranhão foi questionado de como ele via o desejo público de Manoel
Júnior pela saída de Benjamin Maranhão, sobrinho do convidado, da
presidência do diretório municipal de João Pessoa. "Isso é natural, quem
não conhece a prática do PMDB, interpreta diferente, mas essa renovação
é natural", disse.
Sobre a saída do deputado estadual, Trócolli Jr., que alegou não ter
recebido apoio do partido para se candidatar á Prefeitura de Cabedelo, o
ex-governador respondeu "Você acha que um partido impõe uma
candidatura? Trócoli se desentendeu com a base do partido no município
de Cabedelo. Se dependesse de mim ele seria o candidato lá", falou.
Sobre as recorrentes saídas de deputados e a vontade declarada do
deputado Doda de Tião de deixar o PMDB, o "velhinho" avaliou, "Há
pessoas que só sabem viver na sombra do governo, sempre inventam um
pretexto para sair, mas no fundo é isso. Vou fazer aqui um papel de
advogado do Diabo, por exemplo, Ricardo Coutinho perdeu os deputados do
seu partido nas eleições, mas foi eleito. Então não tem essa história de
que o partido esta fraco porque perdeu 3 deputados", concluiu.
Idade - Vários internautas quiseram saber a idade do ex-governador e por
quanto tempo ele ainda pretende atuar politicamente, no que ele
respondeu, Eu não me sinto cansado. Tem um provérbio que diz, 'Acho que
vou morrer dentro das botas', ou seja, vou morrer na política. Não vou
fazer suspense sobre a minha idade, tenho 75 anos", terminou.
Com Paraíba.com.br
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