Com algodão em falta, previsão pa inverno é de roupas
mais caras no inverno. O preço do algodão, atualmente, é o mais caro dos
últimos 140 anos
O clima muda lá do outro lado do mundo e
afeta a vida no Brasil nos preços das roupas. O algodão está mais caro
e ameaça esfriar as vendas das coleções de inverno. Os empresários já
estão remarcando os preços.
O algodão não só está mais caro como
está com o maior preço já registrado em 140 anos. A informação é da
Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. O aumento do
consumo e problemas climáticos explica essa alta assustadora. A coleção
outono-inverno deve chegar às lojas com preços cerca de 30% mais
altos.
Aas vitrines anunciam preços mais
baixos, e os consumidores aproveitam para abastecer o guarda-roupa.
“Acabei de comprar peças a R$ 10. Deu para comprar oito peças a R$ 10
para minha filha”, disse o gráfico Douglas Craveiro.
A liquidação de verão está em pleno
andamento e vai deixar o consumidor com muita saudade dos preços
reduzidos. A coleção outono-inverno, que está chegando às lojas,
normalmente já é mais cara, porque usa mais tecidos. Mas este ano os
preços correm o risco de ficar ainda mais salgados. É que o algodão,
uma das principais matérias-primas da indústria têxtil, está em falta
no mercado.
No início do ano passado, a cotação
estava em US$ 0,65 por libra-peso, medida usada pelo mercado
internacional e que equivale a 420 gramas. Na semana passada, chegou a
US$ 2,05. Recuou um pouco e agora está em US$ 1,80 – ainda assim,
praticamente o triplo do preço de um ano atrás.
Empresários do setor em Santa Catarina e
São Paulo, regiões que concentram boa parte da confecção nacional,
estão preocupados e afirmam que o aumento de custos já está sendo
repassado e vai continuar nos próximos meses.
“O consumidor vai perceber a alta, que
será em torno de 35%, e também os tecidos que começam a ter uma
participação maior de sintético em vez do algodão”, afirmou Fábio
Beretta, presidente do Sindicato das Indústrias de Tecelagem (Sindtec).
Especialistas concordam e dizem que a
tendência é o valor do produto se estabilizar num patamar um pouco mais
alto do que um ano atrás, porém menor do que o atual.
“Se você tem um problema nessa safra,
você vai olhar a safra do ano e vai ter mais produtores direcionados ao
plantio de algodão. Provavelmente, o nível deve se equilibrar. Quando
você olha para uma ou duas safras à frente, você vai ver a queda do
preço das commodities”, avalia o diretor financeiro da Vicunha Têxtil,
José Maurício D'Isep.
Para tentar minimizar a crise no setor, o
governo decidiu zerar a alíquota de importação do algodão até o fim de
maio deste ano. A medida é válida para importações de até 250 mil
toneladas.
O Brasil é um dos cinco maiores
produtores mundiais de algodão, mas atualmente, por causa de uma seca
que provocou a redução da safra, está importando o produto e sujeito,
portanto, a esse preço extorsivo do mercado internacional.
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Explicação
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Haja poliéster para substituir o
algodão. O economista Fábio Silveira, especialista em commodities,
explica o seguinte: depois de anos em que o preço ficou estável, o
algodão subiu muito no ano passado e vai subir de novo este ano. O
motivo é que os Estados Unidos aumentaram a produção de milho para a
produção de bicombustível, reduzindo a área plantada de algodão e
também o estoque. Portanto, aumentou o preço e está com cotação alta no
mercado.
Do G1/Bom Dia Brasil
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