O HOMEM É UMA “FERA”
( Reynollds Augusto)
( Reynollds Augusto)
A “fera” chama-se PROFESSOR FRANCISCO
JOSÉ GARCIA FIGUEIREDO e causou uma grande impressão aos alunos da
ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CONSTITUCIONAL E GESTÃO PÚBLICA da FIP. O
homem fala e sabe por que fala. Ouví-lo é viajar prazerosamente nas
nuances do Direito Constitucional, esteio de qualquer Estado, e farol
que indica por onde a sociedade deve caminhar. De parabéns a FIP e todos
os alunos que sentiram a segurança e coerência jurídica do docente.
A lei precisa ser devidamente
interpretada, pois o seu teor gramatical ou literal nunca consegue
atingir o que o legislador queria dizer. Alíás, muitos legisladores nem
sabem o que a lei quer dizer. Ela sempre é reflexo da ebulição social e
muitos deles são instrumentos do clamor das ruas, sendo levados de
roldão às suas feituras. Daí a importância de se ter uma visão sistêmica
e qualitativa do Direito, que possa informar o objetivo da norma, seja
ela qual for.
É por isso que os nossos juízes
naturais precisam estar seMPRE SE reciclando, para que a visão mais
ampla e justa do Direito Constitucional seja carreada aos casos
concretos. A frivolidade e solidão dos gabinetes judiciais devem ser
“enfeitados” com a as especializações que sempre informam a melhor forma
de aplicação das normas, no rastro da justiça, pois direito sem justiça
é um engodo. E quem não se recicla fica para trás.
O meu amigo Procurador do
Município de Itaporanga, Dr. Jackleudo, apreciou bem a fala do
catedrático e adiantou que “este podemos explorar”. O meu colega,
Fernando Veriato, também. Foi uma pena que o nosso também colega,
Vicente Tobias, contador de grande monta, não pôde estar presente. Mas a
justificativa foi plausível: estava presente à eleição do Presidente da
Federação Espírita Paraibana, a instituição que interpreta com
racionalidade o “Direito de Deus”, que nós, os eternos estudantes de
Direito, apelidamos de DIREITO NATURAL.
Eu agora comprovei que o tempo é
uma grande ilusão e bate na relatividade, no dizer do grande Einstein.
Sabe oito horas de aulas que passaram comO se fossem oito minutos? Foi
rápido demais! É, grande Einstein: O tempo realmente não existe. Sua
tese virou fato.
Mas a nossa turma da
especialização não é formada só de graduados em Direito e lá se
encontram muitas formações acadêmicas. Licenciados, economistas,
contadores e etc. Pense em um ambiente diversificado, com muita gente
boa e nas mais variadas cidades e profissões como Secretários
municipais, procuradores, serventuários da justiça, enfim... Uma turma
eclética.
A vida social é plural e essa
pluralidade deve se unir para trazer ao Estado mais felicidade e
consciência. Nada de uma só formação. Já imaginou se só existissem
formados em Direito? Seria uma tristeza sem tamanho. Já imaginou se só
existisse uma floresta de “pés de côco”? Seria um desalento. A
diversidade faz a beleza de qualquer Estado e da vida.
Mas
por falar em serventuário, o professor nos forneceu um texto para ser
analisado em Sala de aula para que pudéssemos dar a nossa opinião e
identificar as ações, no fato, que interessam ao Direito Constitucional e
identificamos vários atos que feriram as normas constitucionais. A
turma está afiada.
Quero pedir perdão, por este
texto está grande. Sou da idéia que podemos ser mais objetivos e menos
prolixos, sem encher esse espaço com escritos que parecem mais uma
monografia. Mas vale apenas democratizar um texto tão consciente do meu
colega DENILSON CARDOSO DE ARAUJO, serventuário da Justiça do Rio de
Janeiro. Vamos lã. Apreciem e dêem suas opiniões. A pluralidade
enriquece o nosso conhecimento. Não seja um instrumento de uma nota só.
A MINISSAIA DA DISCORDÂNCIA .O CASO GEISY, A MENINA EXPULSA DA UNIBAN
( Denilson Cardoso de Araújo)
Não posso me manifestar de forma
definitiva sem conhecer os detalhes que ninguém, na verdade, até agora
conhece. Esses “debates” comandados pela imprensa são sempre
superficiais, privilegiando o espetáculo e a audiência, mas fervem,
tanto, ao ponto do incômodo. Por isso, acho que alguns pontos precisam
ficar claros. E os digo. Primeiro: ao contrário do que muitas defensoras
e defensores oportunistas de Geisy, entendo que a mulher não pode ir
com qualquer roupa para o ambiente escolar. Se usa roupa provocativa,
com excessos de apelo sensual, num ambiente semi-adolescente, repleto de
pequenos machos em sede hormonal, é evidentemente inadequado, é
incorreto.
Se não, vejamos, gentil senhora
feminista que agorinha mesmo na TV, dissertando sobre o caso, defendeu
tanto o direito de a mulher expor sua sexualidade sem repressões:- Você
admitiria, em sua casa, onde moram lá seus filhos adolescentes e /ou seu
marido, a sua cozinheira trabalhando com um micro vestido que sobe até
as nádegas a cada movimento ou caminhada? Evidente que não. E a
tacharíamos de “preconceituosa”. Novamente ,não. Qualquer mãe de família
que comanda um lar gostaria de certo decoro no ambiente, até porque,
graças a Deus, fomos formados, machos e fêmeas, com certa biologia e
ímpetos, com certos hormônios, que, se merecem domínio e autocontrole,
certamente não precisam de provocação constante e deslocada de ambiente.
E, se a Constituição, tão mal
invocada nestes lampejos, veda a discriminação e o preconceito, prega a
harmonia social e a defesa dos valores da família. Se algum torna muita
aguda a sua reivindicação individual ,pode estar afrontando “valores da
família”. No limite, imaginemos em que situação se vê um juiz se,
digamos, uma prostituta fosse às cortes pedir um habeas-corpus, com o
fito de garantir seu livre ingresso em determinado ambiente já em trajes
de trabalho, com decotes profundos, ou com uma segunda pele
transparente, por hipótese. Parece-me óbvio ser irrazoável tal pedido.
Portanto ,quando algo assim acontece no ambiente escolar ( aqui em
sentido amplo) ,cabe à direção da unidade de ensino tomar providências
imediatas e advertir, sim, a aluna. Porque se não o faz (e não sabemos
com certeza se a UNIBAN o fez) daí, vamos ao segundo ponto. Não é
admissível a selvageria dos alunos, e estes devem ser punidos
exemplarmente. Porque esses linchamentos públicos não são toleráveis.
Esse espírito de turba é perigoso, é covarde, e essa multidão que,
mascarando a timidez do indivíduo o transforma em um liberado selvagem
sem freios, sem ter que ser severamente coibida. E se o tumulto durou
todo o tempo que parece ter durado, a UNIBAN está mesmo numa sinuca para
defender-se ,porque permitiu o ambiente de anomia súbita que, sempre
quando ocorre, sabemos, vai fazer com que alguém, ou todos- o que quer
dizer: ninguém – assuma o controle... o que traduz em: anarquia e
descontrole.Foi o que se viu.
Mas, daí defender o que pode ter
sido- nada exclui até o momento, esta possibilidade – um exibicionismo
leviano de uma moça de formas fartas, em local inadequado, como “direito
da mulher” é uma canalhice oportunista e barata. Da mesma forma que não
se vai de terno à praia, não se vai de bermuda à missa ou á formatura,
não se vai apenas de lingerie, por exemplo, ao ambiente escolar. Nem se
coloca calendário de borracharia no refeitório da escola. Logo, que
venham as necessárias apurações, afinal, não faltará, pois todo mundo
quer meter o dedo nessa cumbuca (Ministério Público, PROCON, MEC, OAB,
Polícia. UNE, etc. etc., etc., a lista impressiona. E que Geisy seja
mais discreta, porque essa súbita celebridade parece lhe estar subindo à
cabeça, numa tentativa de estivar o tempo demarcado por Andy Warhol (os
tais 15 minutos de fama). Onde houver necessidade de punição que ela
venha. Mas acima de tudo, que pensemos sobre a necessidade de resgatar o
ambiente escolar – e no universitário, claro- atenção para a
convivência respeitosa, para trajar minimamente adequado, para um mínimo
de regramento da convivência respeitosa, para trajar minimamente
adequado, para que um mínimo de regramento da convivência, percebendo
que, tendo ingressado o aluno adentro da escola ou universidade, mesmo
quando pública, adentrou ambiente privado, propriedade alheia, de
convivência coletiva, onde, como em qualquer sociedade ,não é correto
admitir que todo mundo faz, veste ( ou lincha) o que quer.
Como me angustiam sempre as
repercussões de coisas assim no ambiente da escola regular, fundamental
ou média, onde bastante em palestras de prevenção de abusos de drogas e
bulluing, concluo pela ótica do exemplo que fica, em tempos em que
diretoras têm o problema com sexo grupal entre alunos nos banheiros,
dificuldade de coibir alunas que chegam à escola de top, ou com calças
de cós a um escandaloso palmo do umbigo, e em que celulares nervosos de
meninos caçam, ávidos, na disputas pela foto mais indiscreta e
reveladora das colegas desinibidas. Por isso é ruim o exemplo de Geisy,
em minha opinião. Como é péssimo o exemplo dos alunos “linchadores”
incontidos. Como é ridículo o exemplo da UNIBAN na administração do
abacaxi da crise. Principalmente, neste último caso, efetuando
precipitada expulsão da qual acaba de voltar atrás. Não que o caso não
tinha o condão de resultar em expulsão da aluna, porque, aparentemente,
pode haver elementos para tanto. Mas que respeitem as garantias
processuais que, diz a constituição, valem também para ambientes
administrativos. E que se, após os depoimentos ,provas e defesas m
expulsão vier, que venha também a dos vândalos que progatonizaram o
tristíssimo espetáculo que virou, um hit no youtube.
Que aprendamos com o que
aconteceu, mas acima de tudo, com o que não aconteceu em momento algum,
por parte de todos os envolvidos: sensatez.
E que toda a mobilização de
entidades e militantes feministas e dos direitos humanos em torno dessa
ocorrência, se faça cotidianamente para a construção de melhores seres
humanos, cidadãos conscientes, em ambientes democráticos, dialogais,
participativos, mas regrados, e não apenas para garantir que moças
possam exibir coxas supostamente belas (porque, ao final das contas,
parece que é só disso que se trata).
E para tantos que lançam
confortavelmente a pecha de preconceituosos aos que criticam a
possibilidade de cerceamento do inadequado vestir (ou despir), de
disciplina da nudez sem contexto, e outros regramentos inadiáveis, em
tempos de juventude atabalhoada e à deriva, um conselho. Mais
comedimento no uso do vocábulo \"preconceito\", porque nem toda crítica é
preconceito, pois nem todo comportamento está acima de qualquer
suspeita ou reparo. Enxergar o contrário é o verdadeiro preconceito, é
se achar dono de inerrância, de infalibilidade dogmática e papal, sem
que qualquer bula, a não ser a da própria pretensão, assim o garanta.
Principalmente quando a postura em questão está à margem de valores
fundantes de uma sociedade. Um mínimo de decoro é um deles.
Romper o senso comum, em muitos
casos, pode ser ato de vanguarda visionária, porque aquele, tantas vezes
foi artificialmente moldado. Mas, na maioria das vezes, rompimentos
podem ser só irresponsabilidade juvenil mesmo. E esta sim, é sempre
preconceituosa, pois entende ser lixo descartável todo o acúmulo
civilizatório que permitiu a convivência social. Esta, sempre
imperfeita, porque imperfeitos são os humanos conviventes, precisa de
reparos sempre, precisa de substituição de peças contínua, demanda
inventos e experimentos que lhe quebrem algumas tantas couraças, mas
definitivamente não precisa da postura de terra arrasada nas atitudes de
tantos supostos progressistas que testam seus limites, esticando-os até
ao esgarçamento. E, pior, combatem na arena não daquilo que de
fundamental precisa ser mudado, como a desigualdade social, o
individualismo feroz, o consumismo narcisista, o modelo excludente de
produção de riquezas, mas apenas naquelas lutas que permitem a cada um
contemplar o próprio umbigo (ou as próprias coxas) melhor e com mais
conforto.
PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.
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