Pássaros
que vivem na região da Ucrânia em que ocorreu o acidente nuclear de
Chernobyl, em 1986, têm o cérebro 5% menor que os outros pássaros da
mesma espécie, conclui estudo da Universidade da Carolina do Sul, nos
Estados Unidos. Segundo os cientistas, a radiação consequente do
acidente prejudica o desenvolvimento cerebral destes animais.
Durante
doze dias, os pesquisadores analisaram 546 aves de 48 espécies,
presentes em oito locais diferentes da zona de exclusão de Chernobyl.
Foram registrados os níveis de radiação de cada lugar, com a ajuda dos
dados do governo, e depois medidas as massas cerebrais de cada pássaro.
Assim, os que viviam em áreas de maior radiação tinham, em média, 5%
menos massa cerebral dos que os que viviam em locais menos contaminados.
A pesquisa também constatou baixos níveis de antioxidantes nos
animais, o que pode ter contribuído para a diminuição do cérebro, apesar
de esta teoria ainda não ter sido provada. Por outro lado, existe ainda
a preocupação, não analisada no estudo, de outros orgãos das aves
estarem ainda mais danificados, já que o cérebro normalmente é o último a
ser afetado por ambientes extremos.
"Os resultados
apontam para uma ampla escala de efeitos neurológicos originados da
exposição crônica à baixa radiação. O fato de observarmos esse padrão em
um grande número de aves é um fenômeno que pode ter importantes
repercussões a longo prazo", explica o Dr. Timothy Mousseau, professor
da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, que liderou a
equipe de pesquisa.
O estudo foi publicado na revista científica PLoS One.
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