Na Paraíba, o Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF combate o tráfico de drogas e outros tipos de crimes na rodovias federais e às suas margens, como exploração sexual de crianças e adolescentes.
Assista na íntegra a reportagem do Fantástico
Os maiores consumidores são os motoristas de caminhão que usam os produtos para inibir o sono. E os caminhoneiros drogados causam vários acidentes nas estradas. Segundo a PRF, no ano passado foram 7.798 acidentes envolvendo caminhões nas rodovias federais. Média de 21 por dia, quase um por hora. Ao todo, 2.885 pessoas se feriram. E 317 morreram só nos acidentes com caminhões.
Um dos caminhoneiros revelou que já cometeu um acidente grave quando estava drogado:
“Adrenalina alta, vontade de usar mais e chegar no objetivo em pouquíssimo tempo. São Paulo-Rio, numa viagem de seis horas, fazia em 3 horas e 20 minutos. Só parava no posto para comprar mais droga”, assumiu um caminhoneiro, sem se identificar.
“Eu entrei num pânico, que eu estava sendo perseguido por alguém. Poderia ter matado uma família inocente”, reconheceu o motorista.
“Vem um caminhão e o motorista drogado vê duplicidade nesse caminhão. Ele não sabe qual é o caminhão real e o virtual. Além disso, ele vai ter em determinado momento uma alucinação. Ele vai ver um bicho, uma pessoa que não está presente”, diz Dirceu Alves Junior, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.
Anfetamina
Desde 2008, em parceria com a PRF, a faculdade de medicina da USP faz pesquisas sobre uso de drogas por motoristas de caminhão. Nessa pesquisa, feita com caminhoneiros na estrada, a droga mais consumida ainda é a anfetamina, chamada de rebite ou arrebite.
“Elas são estimulantes do sistema nervoso central. A pessoa fica mais alerta. Ela acha que ela pode fazer o que ela quiser no trânsito”, disse a professora Vilma Leiton, da Faculdade de Medicina da USP.
Durante este ano, a PRF já apreendeu, nas estradas que cortam o estado, 15 comprimidos de anfetamina e um quilo de crack.
Fantástico
Durante três semanas, a equipe do Fantástico cruzou o Brasil na boleia de um caminhão. Foram quase dez mil quilômetros, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Entre os flagrantes estão: barbeiragens terríveis, venda livre de drogas, corrupção policial e saques em caminhões acidentados.
Paraíba no flagrante
Durante a reportagem a Paraíba foi citada em dois flagrantes. O primeiro, por conta da miséria. Em Rio Tinto, um lixão foi mostrado como fonte de renda de crianças e idosos.
A segunda, por conta dos veículos que deveriam ter sido leiloados, mas estão esquecidos nos postos. A Assessoria da Polícia Rodoviária Federal, informou que os tramites legais atrasam os leilões. “Temos que obedecer a legislação. As exigências da lei 8.666/96 estabelecem procedimentos burocráticos grandes”, disse Genésio Vieira da PRF.
Do Paraiba1
Com Fantástico
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