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Militares da ditadura argentina são condenados a prisão perpétua
A Justiça argentina condenou nesta quinta-feira (14) dois ex-militares e cinco ex-policiais envolvidos nos massacres cometidos no centro de detenção El Vesubio, onde desapareceram o escritor Haroldo Conti, o roteirista Héctor Oesterheld, a alemã Elisabeth Käsemann e os franceses Françoise Dauthier e Juan Soler.
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O coronel Pedro Durán Sáenz, quem comandou esse centro clandestino durante a ditadura (1976/83), faleceu em junho, no meio do julgamento.
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O Tribunal Oral Federal condenou o ex-general Héctor Gamen (84 anos) e o ex-coronel Hugo Pascarelli (81), que acompanharam o julgamento em liberdade, e os detidos, ex-integrantes do Serviço Penitenciário (SPF) Ramón Erlán (65), José Maidana (59), Roberto Zeolitti (63), Diego Chemes (57) e Ricardo Martínez.
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O julgamento foi aberto em fevereiro de 2010 e julga 156 crimes, entre eles 17 fuzilamentos.
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Por El Vesubio passaram 2.500 prisioneiros, entre 1976 e 1978, quando o centro foi demolido, ante a iminente chegada da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
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Vítimas
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O escritor Haroldo Conti, o cineasta Raimundo Gleyzer e o roteirista Héctor Oesterheld, que também tevem quatro filhas desaparecidas, foram vistos nesse campo, assim como Françoise Dauthier e Juan Soler, dois dos 18 franceses vítimas da ditadura.
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Dauthier, nascida em 1946 na França, foi levada de sua casa, na periferia sul de Buenos Aires e trasladada a El Vesubio com suas duas filhas menores, Natalia e Clarisa Martínez, de 18 meses e três anos, entregues depois aos avós.
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Soler, um ex-sacerdote e operário da construção civil, tinha 42 anos quando foi sequestrado em sua casa, em abril de 1977.
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Elena Alfaro, uma das 75 sobreviventes do campo, prestou depoimento por videoconferência, a partir de Paris.
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- Estávamos todos machucados, sujos, esfarrapados e mortos de fome. No dia 23 de maio (de 1977) nos chamaram um a um e nos levaram à cozinha (...) Foi a última vez que os vi.
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Como em muitos outros centros de extermínio, também lá houve mulheres grávidas que deram à luz em cativeiro antes de desaparecerem, como María Trotta e Rosa Taranto, cujos filhos roubados ao nascer recuperaram a identidade em 2007 e 2008, respectivamente.
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El Vesubio funcionou num prédio da SPF na periferia sudoeste de Buenos Aires, na jurisdição do Primeiro Comando do Exército, do temido general Carlos Suárez Mason, já falecido.
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A causa foi reaberta em 2003, depois que o Congresso anulou as leis de anistia de 1986 e 1987.
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Cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante a ditadura, segundo organismos humanitários.
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Postado no R7
>Comentário do blogueiro aqui: "Curto e grosso! Quando é que a Justiça brasileira vai seguir o exemplo argentino, condenar e prender os militares que torturaram, mataram e calaram aqueles que lutaram por mais liberdade e pelo fim de um período negro da história do Brasil que foi a Ditadura? É preciso punir os verdadeiros culpados. E essa nossa lei da anistia em...? Comissão da Verdade Já!!".
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