Hoje,
um ex-catador de lixo, Solonei Rocha da Silva, ganhou a última das 48
medalhas de ouro no Pan de Guadalajara. Humildemente, disse que a
vitória era de todos os catadores, trabalho que ele tinha orgulho de ter
tido e do qual jamais se esqueceria.
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Também
hoje, no Zero Hora – infelizmente não achei o texto na internet – o
jornalista Moisés Mendes compara, num artigo em Zero Hora, a atitude de
um grupo de garis, ao verem três colegas serem atropelados (dois deles
morreram) por uma pick-up Hilux, dirigida por um gerente de banco que
voltava de uma “balada”, enquanto capinavam um canteiro da Marginal
Pinheiros, em São Paulo, com a atitude do grupo que capturou, espancou e
executou Muammar Khadaffi.
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Os
garis de São Paulo, não lincharam nem espancaram o homem que acabara
de matar seus colegas. É verdade que houve chutes na porta do carro -
ele tinha tentado fugir – e uns safanões, prontamente reprimido por um
dos próprios garis, que afastou os colegas mais exaltados.
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Os
episódios me fizeram lembrar das ofensas – certo que seguidas de um
formal e rápido pedido de desculpas – dirigidas por Boris Casoy a dois
garis que “do alto de suas vassouras”, como disse ele, se atreviam a
desejar feliz ano novo aos telespectadores. (veja abaixo)
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Como
é bom ver que, apesar do bombardeio de violência e da deseducação que
nossa elite brutaliza o nosso povo, sobrevivem nele valores humanos
mais civilizados do que em muitos daqueles que se proclamam “modernos” e
“civilizados”.
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Mas
esse sentimento resiste tanto, com tal força, que aqueles dois
humildes garis, “do alto de suas vassouras”, Solonei Silva, do alto
do pódio, e aqueles outros da Marginal Tietê, dão lições a muita gente.
Ou deviam dar.
Vi no Contexto Livre
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